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A Importância da fome na construção de hábitos alimentares.

            Auto acolhimento através dos sinais internos de fome e saciedade.

 

Por Gabriela Chepluki de Almeida.

 

Olá, leitora. Feliz quinta-feira! Espero que você esteja bem, se alimentando bem e satisfatoriamente, se abraçando e se amando.

Para uma virginiana, ansiosa e apaixonada pelo que faz, é sempre desafiador decidir sobre qual dos meus tantos assuntos vou trazer para que possamos conversar. Que isto seja um grande alívio, tanto para você como para mim, pois isto representa a riqueza de conhecimento que sempre teremos por aqui, a durabilidade da nossa conversa é infinita, e sua abrangência é vasta.

Ao longo das nossas interações, afirmei diversas vezes que o primeiro passo da nossa reforma íntima, seja em aspectos gerais ou direcionados, é se abraçar, e sinto no meu coração que fiz isto com excelência, durante os momentos nos quais ainda estávamos nos conhecendo. E, é claro que eu farei questão de te lembrar deste fator primordial sempre que for necessário.

Quando iniciamos uma mudança, mesmo enquanto ainda estamos nos sentindo fracas e despreparadas, nos brota aquele lindo entusiasmo inicial, quando começamos a ver os primeiros resultados e a nos alinhar com a nossa mudança interior. É muito comum que este entusiasmo perca sua força ao longo do tempo, e está tudo bem, pois o processo deixou de ser uma surpresa ou uma novidade, mas, nós já estamos dentro dele, e não podemos mais parar. Podemos perder o ânimo inicial, parar PARA descansar, mas nunca parar DE caminhar. Se em dado momento você se perceber caindo em um marasmo de desmotivação, o meu objetivo óbvio é te resgatar e te alinhar com a caminhada mais uma vez. Por isto, quando sentir que precisa de um apoio emocional, você pode falar comigo através dos comentários, te darei atenção com todo o carinho do mundo.

A intenção com um acolhimento inicial, é que nos sintamos amadas e capazes de seguir em frente. Afinal, o que significa “seguir em frente”, dentro do processo de curar a relação com o corpo e a comida?

Se comprometer a entender como a nossa mente e nossos costumes funcionam, de onde vêm suas bases, intervir nos focos das nossas limitações, e agir em comunhão dos fatos que não podem ser mudados.

E hoje quero falar de um destes fato imutáveis com você: sua fome.

Não é a fome que um povo que passa necessidade sente, não é a falta da providência de recursos básicos na vida, não é a imposição e condicionamento da sensação permanente dela. Estou falando da sensação física da fome, o mecanismo perfeito do nosso corpo com o objetivo biológico de nos alinhar com a necessidade do seu suprimento. Um corpo que sente fome e apetite, é um corpo saudável. A fome biológica é o mensageiro da nossa saúde.

Agora, pense comigo. Você sai caminhar de bermuda e regata em uma temperatura de zero graus, porque precisa se disciplinar com relação ao frio? Você enfia agulhas no seu corpo, porque precisa se disciplinar com relação à dor? Você passa 72 horas sem piscar, porque precisa se disciplinar com relação ao sono? Fica 72 horas debaixo d’água, porque precisa se disciplinar com relação à sua respiração?

“Lógico que não, Gabi, sua doida.”

Então por que cargas d’água você acha que precisa se privar de comer, para se disciplinar com relação à sua fome?

Não estou falando de jejum intermitente, jejum religioso, nem do processo de desvínculo da fome emocional. Estou falando de você seguir uma dieta sufocante, que é incoerente com suas necessidades fisiológicas e incondizente com seus gostos, suas aversões, seus costumes e sua rotina. Você quer tentar jejum? Vá, seja feliz, ao menos procure ser guiada por um profissional capacitado que vai te orientar sobre como fazê-lo corretamente. Mas, pelo menos até que você atinja o estado transcendental de se sentir bem ao longo do seu jejum, sim, minha querida, você vai começar sentindo significativa fome.

E se você está enfrentando um transtorno alimentar, sim, eu sinto te dizer, mas o processo não vai ser fácil. Infelizmente, o começo do processo de enfrentar a vontade de comer é desafiador. Ao menos por um período, será necessário que você seja resistente, até que você consiga se harmonizar com a própria mente sobre a distinção de fome física e emocional, até que você retome a regulação dos seus hormônios de fome e saciedade.

Nestes casos, a fome vai ser inevitável, tanto física como emocional, como consequência adaptativa. No caso do jejum, você vai sofrer com a fome física em si, e no caso dos transtornos de compulsão, tanto a fome física como a fome emocional, provavelmente.

Mas, eu me refiro à alimentação do dia a dia, principalmente, se você é aquela pessoa seguindo todos os tipos de dieta buscando pela magreza e pelo corpo perfeito. A sua fome não deve ser disciplinada, e sim essencialmente considerada na sua alimentação. Se uma dieta ou plano alimentar não supre suas necessidades básicas, não te dá prazer e não te dá saciedade, alguma coisa está errada.

A fome não vai te dar saúde, a fome não vai te dar “corpo perfeito”, e principalmente, a fome não vai te emagrecer sem custar sua saúde. Ela só vai te frustrar e fazer você se sabotar, metendo o pé na jaca triplicadamente depois de toda a sua privação. Você não precisa impor sobre si o terrorismo de uma dieta ou hábito alimentar que te faz sentir fome, fraqueza e ansiedade. Por isto, pelo amor de Deus, mulher, COMA! Mesmo que você queira perder peso, coma. A sua base de sobrevivência não pode ser sobrepujada por nada. Profissionais como eu existem justamente para te ajudar com isto.

…ao menos, os realistas e desapegados de velhos mitos. Outra hora a gente fofoca um pouco sobre isto.

Pense com carinho no que falamos hoje. Se você se identificou, talvez esta reflexão tenha servido de incentivo para que você reveja onde seus hábitos alimentares estão se baseando. Se você está infeliz com eles, provavelmente, está aprendendo sobre sua construção no lugar errado. E se está incerta sobre o lugar correto, muito prazer!

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Com amor de mula, Gabi.

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