As ilusões e as armadilhas sobre a necessidade de controlar as coisas.
Por Cigana Carmem.
Minha amada leitora,
Vocês humanos são acometidos por uma grave doença: a ilusão de que podem controlar o incontrolável. Tal fantasia advém, acertadamente, do ego, que ao reinar na vida de alguém, faz do ser possuído o que bem quer. E pior, a pessoa acredita piamente que é dona da própria vida. Mas não é. Quando pelejamos para fazer com que as coisas aconteçam da maneira que nosso ego exige, tudo fica estagnado. E não há nada que possamos fazer, a não ser aprender a soltar e permitir que o universo faça a parte dele no acordo da vida. A vida para porque precisa o universo precisa “lutar” contra algo antinatural. E ao digladiar-se com o que lhe parece estranho, a vida para, pois o que é familiar é deixar que a vida cumpra seu curso, tal qual o fluxo de um Rio. Ah! Se fosse tão simples assim, já não seria necessária a reencarnação, nem os aprendizados que só a matéria pode nos conferir.
Contudo, sabemos que, no quesito evolução, ao ser humano, requer muito tempo ainda. A necessidade de controlar a vida e as pessoas, é fruto de uma profunda falta de confiança, não só no universo, como em si mesma. E isso é uma falácia na qual o ser humano se apega na tentativa de enganar a si mesmo, e seguir fazendo de conta para si. Fazendo de conta que realmente está agindo em prol algo da mudança que tanto sonha para si.
Cada tentativa de controle é uma real auto sabotagem sobre si. Se você almeja que seus mais profundos desejos se realizem, aprenda a auto educar-se espiritualmente, porque, a única verdade que existe que é o fato de que tudo que se realiza na matéria, já está feito no plano espiritual. Não há outra forma de a vida material acontecer. Não há. Porém, as prisões e armadilhas mentais nos introjetam para dentro “da nossa caverna interna” e nos deixam à deriva de nós mesmas, distantes da verdade. Controlar as coisas e as pessoas é um caminho fadado ao fracasso pessoal, pois as consequências dessa ignorância é a depressão, a ansiedade e principalmente a frustração diante do fato de que por mais que se invista em controlar o mundo, menos é possível isso se dar. E quanto mais se tenta controlar, mais se frustra e se sofre.
Já parou para pensar que o mundo existe antes de nós e vai continuar existindo depois de nós? E mais, da mesma maneira que sempre funcionou? A estrutura do universo não mudou, e nunca vai mudar. Suas leis, e seu modus operandi, nunca se curvarão ao ego humano. Lutar contra isso é escolher sofrer. Quando o ser humano finalmente compreender essa premissa imutável, o sofrimento acabará de uma vez por todas no mundo. Ademais, cada tentativa de controle é uma confissão de incapacidade e incompetência que assinamos perante nós mesmas e os outros, porque, o que é a tarefa mais árdua é superar a si mesma. E superar a si mesma implica assumir a responsabilidade pela maneira como sua está. É daí que surgem as mentiras que insistimos em contar para nós mesmas e que nos mantém no buraco fundo no qual nos enfiamos e que nos leva a sentimentos de vitimo e “coitadismo”. Acontece, que tudo é providencial, uma vez que o ambiente que em vivemos, trabalhamos e existimos na matéria possuem apenas uma função: nos ensinar. Isso quer dizer que, tal ambiente é propício para que nos mantenhamos nessas condições. Ou seja, quanto mais vitimismo, mais os lugares que você vive te trarão situações adequadas para você continuar se fazendo de vítima e cultivando o hábito de controlar a vida, a não ser que “acorde”, saia da caverna e perceba a ilusão que você criou para si e que ocasionou o caos.
A busca pelo controle é uma sentença inexorável que conduz as pessoas para à forca. E o mais impressionante é que no fundo das suas almas, elas sabem das consequências mas mesmo assim, se mantém obcecadas pela necessidade de enganar a si mesmas, porque isso é, aparentemente, muito mais fácil do que consertar todas as burradas que fazem para só então viver a vida que sonharam, dada a dor que isso causará e tudo que terão que admitir e aceitar em suas vidas . É trabalhoso, doloroso, e pode levar muito tempo, muito mesmo. E eu te compreendo, minha amada leitora. Sou solidária à você, porque, como você sabe eu já estive encarnada e também sucumbi ao ego e às ilusões da matéria. Teimei muito e bati muito a cabeça também, até finalmente me entregar ao fluxo da vida. Foi quando comecei a “tirar de letra” os aprendizados e passar por eles rapidinho para cocriar a vida dos meus sonhos. Então, acredite! É possível, desde que você finalmente interrompa com a necessidade de controlar os acontecimentos, as pessoas e a vida. Caso contrário, prepara-se para muito sofrimento e dor.
Enfim, conhece a expressão “é uma bola de neve”? Pois é! É exatamente assim que funciona o universo. Você cria as situações para sua vida, e essas mesmas situações geram problemas que parecem sem solução, e passamos a acreditar que não nascemos para a felicidade. O que é mais uma ilusão. Não nascemos para felicidade que o ego deseja. Para essa não nascemos mesmo. Nascemos sim para a felicidade que Deus tem para nós e essa é a mesma felicidade que nossa alma deseja. Compreende? A felicidade que o ego quer te afasta cada vez mais da felicidade para a qual você sabe que nasceu para viver. Entretanto, a insistência em permanecer no controle das coisas, resulta no contrário do que aspiramos, ao criarmos expectativas a respeito daquilo que imaginamos que queremos.
Enfim, as armadilhas nas quais emaranhamos nossas vidas, são consequências da necessidade de controle e da falta de fé na vida, em Deus e você mesma. É resultado de dúvida, insegurança e medo. Nada mais que isso. Quando estamos totalmente alinhados com o TODO, ou seja, com Deus, não sentimos absolutamente nenhuma necessidade controlar nada, nem ninguém. Logo, atente para seu comportamento e perceba se você tem necessidade de controlar as coisas e não tem paciência para esperar o tempo de Deus. Se você está nesse lugar, saiba que, enquanto persistir em situações que não são para você pelo simples fato de que é mais conveniente e confortável se manter enganando a si mesma. Pode ser confortável, mas não é libertador. Isso eu te garanto.
Um afago.
Cigana Carmem.
