Fora do Eixo: As Mulheres de Cinema em Minas Gerais.
Por Vanessa Cançado.
– Vai Som, Vai Câmera. Ação!

Amoras (es), mais um episódio série “Fora do Eixo” e agora é a vez das cineastas mineiras, que desde a pioneira ROSA MARIA ANTUÑA MARTINS vêm se destacando no cenário audiovisual brasileiro. Começando pela própria Rosa que na década de 60 realizou dois filmes importantes para o cinema em Belo Horizonte, com abordagens sociais que impactaram na época: “Rosa Mae” (1968) e “Solo”(1969).
CLARISSA CAMPOLINA e Seu Olhar Múltiplo.
Diretora, montadora, professora, curadora, Clarissa desde 2002 se destaca no cinema, nessa época ainda era membro da Teia (núcleo de pesquisa e produção audiovisual). Estreou na direção de longas com “Girimunho”(2011), filme em parceria com Helvécio Marins Jr. e que foi selecionado para Mostra Horizonte do Festival de Veneza. Sua filmografia: “Canção ao Longe”(2022); “Enquanto Estamos Aqui”(2019) em parceria com Luiz Pretti; “Os Que Se Vão”(2018), que assina também o roteiro; “Solon”(2016); “O Porto”(2014); “Odete”(2012); “Adormecidos”(2011); “Notas Flanantes”(2009), selecionado pelo Festival de Locarno; “Trecho”(2006); “O Ultimo Trago”(2016), este assina como montadora.
Trailer e acesso ao filme Girimunho: https://embaubaplay.com/catalogo/girimunho/
A Produção de CARLA MAIA.

Carla é uma mulher de cinema. Produtora, curadora, ensaísta e pesquisadora que tem o tema de mulheres no cinema documentário na sua tese de doutorado. É integrante do coletivo Filmes de Quintal e curadora da plataforma Embaúba Play, da distribuidora de filmes mineira que leva o mesmo nome.
Em sua filmografia citamos: “Roda”(2011); “Plataforma”(2010) de CINTHIA MARCELLE, em que assina a produção executiva e direção de produção. Ainda na equipe de produção dos filmes “Os Residentes”(2010); “Nos Olhos de Mariquinha”(2008); “Agosto de Minha Gente”(2006).
Memórias e representação do Povo Maxakali no cinema de SUELY MAXAKALI.
Sueli é uma das primeiras cineastas indígenas no Brasil, é diretora, fotógrafa e professora. Publicou o livro de fotografias “Koxuk Xop Imagem”, com fotografias das mulheres maxakali sobre os rituais e o cotidiano da Aldeia Verde. Em sua filmografia tem: “Quando os Nũhũ Yãgmũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!”(2020), um documentário que mostra a resistência dos povos tradicionais diante do genocídio e da destruição; “Yãmiyhex: As Mulheres-Espírito”(2019), em que as mulheres preparam-se para partir após passar um tempo na Aldeia Verde. Há os preparativos da grande festa de despedida. Elas se vão, mas sempre voltam com saudades de pais e mães; “Yãmiy Vêm Dançar Conosco”(2011), em que o documentário mostra o que muitos velhos, pajés e lideranças maxakali afirmam que sua força provém das relações que mantêm com seus Yamiy, seus espíritos.
Processos Poéticos de CLARISSE ALVARENGA.
É autora do livro “Da Cena do Contato ao Inacabamento da História”(2017) e organizadora do livro “Aprender com Imagens” (2022). Atualmente, é professora na Faculdade de Educação da UFMG. Tem como pesquisa processos poéticos e pedagógicos realizados com coletivos e cineastas ameríndios. Na sua filmografia citamos: “Homem-Peixe”(2017), um filme sobre um homem que vive no campo no Norte de Minas Gerais e vai à Bahia, onde viveram seus antepassados; “Ô, de casa!”(2007) e “Umdolasi”(2001).
Cinema e Fotografia de CRISTINA MAURE.

Produtora, diretora e diretora de fotografia com 21 anos de pesquisa no audiovisual, com destaque no cinema mineiro. Produtora e roteirista do filme de ficção científica “A Estação”(2023); assinou a direção de fotografia nos filmes “Kevin”(2022), “A Cor Branca”(2019) e “O Homem Livre”(2015). Seus filmes já foram exibidos em festivais nacionais e internacionais.
Interfaces de SIMONE CORTEZÃO.

Com interfaces urbanas que envolve as artes visuais e o cinema, principalmente no gênero do documentário ficcional e na articulação da memória e amnésia das cidades. Exibiu seus filme em diversos festivais e países, entre eles Cuba, Chile e pelo Brasil. Sua filmografia tem: “Navios de Terra”(2017); “Subsolos”(2015); “Vago Vizinho”(2013); “Notas Imprevistas”(2009); “Abismo Circular”(2009); “Até Que Chegue o Fresco do Dia”(2008).
Outras tantas mulheres de cinema mineiras se destacam como JÚNIA TORRES, CLÁUDIA MESQUITA, RAQUEL JUNQUEIRA, RENATA OTTO, JOANA OLIVEIRA, ALINE X, ANA MORAVI, ANITA LEANDRO, MALU TAVARES, MARIA DE FÁTIMA AUGUSTO.
E, então, prontos para próxima sessão? Lugares a postos que já vou servir o pão de queijo.
Até a próxima cena!
Abraço Afetuoso,
Vanessa.
Cine-Recorte: Dica da colunista
Os filmes na plataforma da distribuidora mineira Embaúba Filmes: https://embaubaplay.com/catalogo/