Reflexão para uma sexta feira estranha porém ensolarada.
Por Alíne Valencio.
Musa,
Hoje gostaria de deixar as palavras soltas. Me entregar às palavras que vierem agora. O que eu sei é que não trouxe hoje para essa coluna nenhum conteúdo específico, porque o objetivo é refletir a respeito de tudo que vim apresentando sobre o Sagrado Feminino. Às vezes, ficamos apegadas à ideia de trazer algo estudado, pronto e planejado. Contudo, nós mulheres não somos “planejadas”, cartesianas, matemáticas. Imagine uma figura geométrica, uma reta. Mulher não tem reta. Não é reta. Não pode ser e nunca será. A mulher é totalmente o círculo. O círculo sim é representação feminina, porque tem a ver com ser cíclica, tem a ver com a terra, que é redonda também. Tem a ver com as voltas que a vida dá. A vida é feitas de ciclos que chegam e que se vão.
Portanto não há como definir um círculo. Mas, há como se definir uma reta. Quando você pede ou dá uma informação para alguém, você diz: “Siga reto por ali e depois…..”. A gente não fala assim: “Segue esse círculo, e você vai chegar do outro lado da rua”. Não! Se fosse assim, a pessoa chegaria no mesmo lugar de onde ela saiu. Um círculo é o fim e o início em si mesmo. A mulher também. Ou seja, ela pode fugir de si mesma quanto quiser porque vai chegar num único lugar: em si mesma. A uma única e verdadeira verdade. A verdade da sua essência. Da sua alma, da sua sabedoria. E da sua trajetória de alma. Isso é a mulher.
Tudo na vida da mulher acontece num círculo. Na gravidez, sua barriga é redonda. Ou seja, o princípio da vida se dá através da figura geométrica de um círculo. Já começa por aí. As danças circulares ligadas à mãe terra são compostos por movimentos circulares e representam essa ligação.
E o que isso tem a ver com Sagrado Feminino e nós mulheres? Tudo. A Energia feminina é claramente representada pela Lua. A Lua é cíclica, tem suas fases. A música do Chorão também, lembra? Aquela que diz: ….”Mulher de fases…”. Mulher é feita toda de FASE, e tem suas várias fases num mesmo dia, numa mesma semana, num mesmo mês. As fases da lua caminham junto com as fases da menstruação. Cada fase lunar é uma simboliza uma fase da vida, ou uma fase do nosso estado de espírito quando menstruamos.
Todos os dias nós mulheres, na vida real, diária e concreta precisamos mostrar nossas fases, nossas faces. A cada fase da vida viramos um ciclo. Os ciclos são redondos, fechados, completos. Infinitos. Se você começar a correr dentro de um círculo você não vai parar de correr nunca. Já numa reta, você encontra um fim. É ou não é? Ou seja, a mulher é infinito. A mulher está sempre consigo mesma, buscando a si mesma sem encontrar um fim, e ao mesmo tempo desagua em si mesma.
Eu quis trazer essa reflexão hoje minha Deusa, para reforçar que não há como fugir das nossas verdades, das nossas dores, e das nossas delícias. E o Sagrado Feminino nos ensina a identificar, aceitar, a acolher e se amar exatamente assim, desconstruindo toda obstrução e obscurantismo de si mesma. E acessar essa sabedoria ancestral não é para qualquer uma. É para mulheres. Por isso somos fortes, sábias e de alma livre e selvagem. Somos muitas, somos uma, somos todas. O Sagrado Feminino ensina que quando estamos de bem com esse axioma, nosso poder pessoal aflora e a gente chega onde quiser e se torna o que quiser, sem culpa, sem medo e sem se preocupar com o que vem de fora, inclusive opiniões, críticas e julgamentos. Isso é liberdade. Liberdade é sagrada. Mulher é sagrada. Sagrada Feminina. Divina.
Fique com essa reflexão e na semana que vem nos encontramos.
Com todo amor,
Alíne.