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Contexto alimentar do docinho de todo Dia.

                              Se há Equilíbrio e Discernimento, há Doce!

Por Gabriela Chepluki de Almeida.

Quem já fez psicoterapia com mais de um profissional na vida, tem grande probabilidade de dizer que um foi muito diferente do outro. Alguns escutam mais do que falam, ou falam mais do que escutam, alguns são mais calorosos, outros mais sérios e formais, mas não menos preocupados, envolvidos ou acolhedores.

Estas diferenças não são só pelo fato de que as pessoas são diferentes e autênticas em personalidade. Os fundamentos e abordagens escolhidos por alguns também serão distintos daqueles escolhidos pelos demais, afinal, dentro do limiar daquilo que é “correto”, existem muitos caminhos. A psicologia, por exemplo, tem várias abordagens, e o profissional irá se desenvolver naquela na qual acredita com veemência ser a mais eficaz, que explora e com a qual trabalha melhor. Mesmo no requisito de veracidade científica e filosófica, as pessoas têm liberdade de exercer aquilo no que acreditam.

Na nutrição, não é diferente. Vou te explicar com um exemplo prático.

Se você for em uma nutricionista e, em meio à sua consulta, falar que gosta de comer um docinho todos os dias, certamente, ela vai querer saber mais detalhes, por exemplo, sobre quanto de doce você come, quais doces come, qual o tamanho das suas porções e as frequências diárias e semanais desta ingesta. E com base nestas informações objetivas coletadas, poderá ter diferentes condutas de intervenção para este seu hábito.

Pode ser que você seja “acolhida” e orientada a suprir esta vontade de doces comendo de 1 a 2 quadradinhos de chocolate amargo (“de preferência 70%”), uma castanha-do-Pará ou uma banana com canela no micro-ondas; você pode ser orientada a ingerir mais fibras e proteínas, porque sua vontade de doces pode estar sendo ocasionada por uma alimentação que rende baixa saciedade; pode ser orientada a comer determinado tipo de semente, como de abóbora ou girassol, porque sua vontade de doce pode estar sendo causada pela falta de algum mineral, que em deficiência gera uma resposta bioquímica similar à necessidade do doce, ou, pode ser que você seja incentivada a não abandonar doces, desde que você o coma por apreciação, em quantidades e frequência adequadas, e não por tédio, compulsão ou razão emocional, dentro de um contexto alimentar onde você come aquilo que precisa comer pelo seu bem estar e pela sua saúde. Por fim, estas abordagens podem acontecer tanto em conjunto, como isoladas.

Lógico, né. Estamos carecas de concordar que se você come uma barra de chocolates todos os dias, alguma coisa está em desarmonia, sejam seus hormônios, sua microbiota, seja sua mente. Mas não estou falando do doce em exagero, e sim do docinho dentro de um contexto adequado, onde você se alimenta daquilo que precisa, ingere os nutrientes necessários para o seu bem estar e para a saúde do seu corpo. É igual sobre quando falamos sobre estética. Ela não é o vilão, e sim a vazão que damos a ela sobre nossas mentes. O doce é exatamente a mesma coisa.

E sim, é fato científico, o seu corpo pode te induzir a crer que você precisa comer determinados alimentos, ou simplesmente que você precisa comer, se estiver passando algum tipo de necessidade bioquímica ou fisiológica. Já ouviu falar que seu corpo confunde sede com fome? Pois é, é verdade! Quando seu corpo precisa de reposição hídrica, o mecanismo que te avisa disto é semelhante ao que te avisa sobre a fome, e se você não prestar atenção nos sinais do seu corpo e ter discernimento nas suas necessidades, pode acabar se suprindo de algo que talvez, naquele momento, não seja o que o seu corpo precisa. Dê atenção à sua hidratação, e perceba como sua fome irá mudar!

Nesta mesma lógica, a falta de um nutriente ou de um determinado grupo alimentar nos seus hábitos alimentares pode, sim, te fazer querer comer doce, ou alimentos palatáveis. E sim, a nutricionista, diante de você, PRECISA te orientar sobre todos estes fatores e intervir com a ciência da nutrição aplicada a eles, pela proposta óbvia da recuperação, manutenção e promoção da sua saúde e do seu bem estar.

“Isto significa, Gabi, que, em um contexto alimentar saudável, onde minhas refeições não são regradas a medições por miligramas, horários rigorosos e preparações obrigatórias, mas suprem as necessidades do meu corpo que me permitam ter bem estar, saúde e consciência, eu devo abandonar o docinho?”

Estou pegando gosto deste efeito de respostas retóricas às perguntas que eu presumo que você faria para mim, leitora, devo admitir. Evidentemente, é nesta etapa que o discernimento entra. Primeiro de tudo, que fique muito claro que, na nutrição de verdade, você PODE QUERER e COMER o docinho, e está tudo bem! Só esteja com uma mão dada com o discernimento, e a outra com um contexto alimentar em harmonia, com seu corpo, sua mente e sua saúde.

Mesmo depois de os nutrientes em falta tiverem sido supridos na sua alimentação, o docinho pode continuar na sua vida sem problema nenhum! Se você optar pelo chocolate meio amargo, eu te garanto, com um a dois quadradinhos ele vai saciar e te fazer um bem danado para a saúde, é riquíssimo em antioxidantes, e o melhor de tudo, é CHOCOLATE!

Agora você sabe que não é muito interessante comer a caixa toda de bombom, e se aconteceu, tudo bem! Procure entender o porquê disto e busque ajuda, pois você não é obrigada a adivinhar sobre como se tratar sozinha. Apenas não permaneça em conformismo com este hábito.

Mas o docinho, está LIBERADO! Se você se deparar com proibições, sem justificativas e sem a menor tentativa de uma inclusão harmoniosa, questione. E se lembre sempre do que a Gabi te aconselhou: alinhado ao discernimento, à moderação, e ao contexto alimentar, você pode tudo!

Com amor e um abraço doce,

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Gabi.

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