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D.N.Artista – Quem sou eu quando não estou atuando?

D.N.Artista

Por Mônica Bonna.

Olá, maravilhosas! Espero que estejam bem! Estou aqui mais um dia, com reflexões sobre o mundo do teatro.

Às vezes fico pensando em tantas coisas que quero abordar aqui na coluna: grandes mulheres do teatro, maternidade, planejamento de carreira, papel da mulher no teatro. Tem tanto a ser dito. Tantas mulheres incríveis que eu gostaria de entrevistar. Tantos tópicos que precisam ser abordados e tudo parece tão complexo.  Como se não coubesse nas palavras que digito aqui. Como se mil parágrafos de um livro não pudessem introduzir esses assuntos com detalhes e informações suficientes.

Nesse turbilhão de ideias, às vezes me questiono se nesse nosso breve momento, a cada 15 dias, estou conseguindo atingir meu objetivo, que é trazer assuntos relevantes para mulheres, acerca de teatro. Se nos breves pontos, consigo exprimir a essência de uma rotina no teatro.

Cheguei, então,  à seguinte conclusão: Tudo o que eu escrever. Todo assunto que eu abordar. Todo questionamento que levantamos juntas sempre estará alinhado com o objetivo dessa coluna, pelo simples motivo de eu ser uma mulher de teatro.

Não importa o que eu faça ou  onde eu vá ou com quem eu interajo, a verdade é que tudo o que eu fizer, será uma mulher de teatro fazendo. O teatro é tão inerente à minha vida, que misturo suas margens com as minhas. É tudo uma coisa só. Todos os meus pensamentos e atitudes sempre estarão sob esse viés.

Pensando sobre os momentos do meu passado em que eu tive que buscar outras possibilidades profissionais para complementar renda, no meu dia a dia, quantas vezes me senti deslocada por não estar no palco, ou numa sala de ensaio. Senti que não estava fazendo jus ao que sou: uma artista de teatro. Sentia que estava traindo minha vocação, ao aceitar um trabalho em uma sala de aula, por exemplo, ou ao trabalhar como consultora de beleza e vendedora.

Até que um dia, após uma aula de revisão para prova, uns alunos estavam conversando comigo e falaram que era muito mais fácil aprender Inglês nas minhas aulas, porque eu encenava as palavras e situações. Nesse dia, uma chave virou dentro de mim. Eu entendi que o fato de eu estar trabalhando em outra área, não mudava quem eu era e também não diminuía minha vocação. 

Decidi trazer esse assunto à tona hoje porque pode ser que você esteja passando por um momento de autoquestionamento. então quero te tranquilizar dizendo que sua essência e seu dom não são apagados pelo fato de você não trabalhar exclusivamente com arte. Não te torna menos artista. 

Durante muitos anos eu mantive trabalhos paralelos para conseguir complementar renda e também enfrentar com mais tranquilidade as épocas mais escassas de trabalho (começo do ano, por exemplo). Hoje em dia, percebo que cada momento da minha vida, cada função não artística que exercitei, me servem como pontes entre diferentes áreas.

Se tem algo que posso trazer de conforto e guia sobre isso é: conhecer diferentes áreas e aprender a combiná-las pode ser a grande chave para você descobrir o que é seu caminho.

Alguns exemplos:

  • Uma artista trabalhando como vendedora: desenvolve habilidades de persuasão com clientes, o que pode vir bem a calhar, ao vender suas próprias peças, ou seus serviços como atriz para alguma companhia.
  • Uma artista trabalhando como professora: encontra meios diferentes de fazer os alunos entenderem, o que futuramente, pode ser muito precioso, caso ela se torne uma diretora de cena.
  • Uma artista trabalhando na área administrativa: aprende sobre como lidar com prestação de contas, planilhas, fluxo de informações, documentações e etc, o que futuramente pode ajudar, caso deseje trabalhar com elaboração de projetos culturais.

Conclusão: uma artista será uma artista, independentemente de onde estiver posicionada. 

Cabe a cada uma de nós, nos reconhecermos como tal e deixar nossa criatividade fluir onde quer que estejamos. Emprestar nosso olhar artístico nas outras áreas e criar pontes que outras pessoas não criariam, por não desenvolverem aquela habilidade mais específica.

Não sufoque a artista. Pelo contrário, deixe que ela brilhe, seja num escritório, numa sala de aula, atrás de uma caixa registradora. Tudo o que você fizer, sempre será uma artista atuando.

E você, já se sentiu assim? Conta pra mim aqui nos comentários!!

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Beijinhos e até a próxima!

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