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A importância de superar traumas e barreiras da sua sexualidade.
Por Andreza Justino.
Deusas Maravilhosas,
Hoje, vamos adentrar em um tema delicado, mas ao mesmo tempo crucial: a redescoberta do
prazer e a superação das barreiras em nossa sexualidade. Este é um assunto especialmente
relevante para mulheres que enfrentaram algum tipo de abuso, seja físico, emocional ou verbal.
Eu acredito que em algum grau, todas nós já passamos por algum desses abusos. Muitas vezes,
essas experiências são dolorosas e moldam nossa percepção sobre nossa própria sexualidade,
criando barreiras que nos impedem de viver plenamente nossa sexualidade.
É fundamental entender que o que deve determinar nossa sexualidade não são os traumas que
enfrentamos, mas sim a forma como reagimos e absorvemos essas experiências. Cada uma de
nós tem o poder de se colocar como a dona de seu próprio oceano íntimo, decidindo como
explorá-lo e vivenciá-lo da maneira que melhor nos convém. Isso não mudará o que fizeram
conosco, mas pode mudar tudo em nosso futuro.
Pense em um navio naufragado no fundo do oceano, ele traz consigo uma história “triste”, mas
uma vez que ele se encontra lá, não há como submergi-lo. E olhando por outro ângulo, ele é
recoberto de corais, tornando-se morada para várias espécies aquáticas. Resumindo, ninguém
deixa de mergulhar nesse oceano porque há um navio naufragado ali, pelo contrário, isso
desperta a curiosidade para descobrir o que torna esse oceano ainda mais digno de exploração.
Muitas mulheres não veem por essa ótica e acabam ficando presas em padrões de comportamento ou crenças que as limitam de desbloquear seus próprios níveis de prazer,
porque para fazer isso teria que confrontar o medo de se arriscar e explorar novas
possibilidades. No entanto, é importante compreender que a verdadeira liberdade sexual reside
na capacidade de se abrir para novas experiências, mesmo que isso envolva enfrentar o
desconhecido ou quebrar algo que na sua cabeça já está estabelecido há anos.
Vou dar um exemplo de uma deusa maravilhosa que conheci logo que iniciei meus processos
como mentora. Ela sofreu um abuso físico aos 10 anos de idade de alguém da família e isso a
impedia de confiar nas pessoas mais próximas para tirar dúvidas ou contar algo sobre ela, e a
medida que cresceu, viu entre suas amigas “da mesma idade” alguém que poderia “confiar” e
quando questionou sobre o que fazer no momento do sexo, elas disseram? “Na hora, você
saberá o que fazer”.
Apenas essa frase foi o bastante para aumentar e muito a barreira que já existia entre ela e sua sexualidade, ela passou anos preocupada em ser boa para o outro na cama, atender as
necessidades dele, ela se concentrava em mostrar apenas que era segura e que sempre soube
o que fazer, nem cogitava perguntar, ouvir, ou falar sobre o que sentia, afinal ela acreditava
fielmente que não precisava perguntar nada a ninguém. E pior, isso se estendia a outras áreas
da vida. As consequências disso, resultaram em relacionamentos frustrados, diálogos passivos,
ela não conseguia terminar nada do que começava, e com o tempo, todo esse contexto resultou
em autodestruição da sua imagem como mulher.
A neurociência explica que a forma que você faz uma coisa, será a forma que fazemos todas as
coisas. E essa é a informação mais importante que você não deve deixar de absorver dessa
leitura. Se continuar negligenciando sua sexualidade, dando mais ouvidos aos abusos do que a
suas descobertas, suas barreiras se estenderão a outros aspectos da sua vida e isso a impedirá
de evoluir não somente na sua vida sexual, mas em tudo.
Isso mostra o quanto estamos equivocadas, em tomar um trauma como verdade absoluta e
guardar todos os sentimentos que te fizeram sentir de alguma forma, rígida e insegura consigo
mesma.
Te convido depois de saber de tudo isso, a refletir se tem o sentimento que pode estar
bloqueando sua vontade de viver livremente sua sexualidade. Pense sobre as suas experiências,
o que passou muito tempo ouvindo ou ainda ouve, depois se dê a oportunidade de ver as coisas
por outro ângulo.
Assim como o oceano é vasto e cheio de mistérios, nossa sexualidade é um universo a ser
explorado. Devemos nos permitir mergulhar fundo em nossos desejos, sem medo de nos
perdermos, pois é nesse processo de exploração que encontraremos nossa verdadeira essência
e redescobriremos o prazer que há muito tempo estava adormecido dentro de nós. Mergulhe a
cada nova sensação, e cada nova descoberta será uma oportunidade de aprender mais sobre
você mesma, sobre o que te faz sentir prazer, o que te excita e te faz bem. Não tema o
julgamento dos outros, pois somos as únicas responsáveis por nossa própria felicidade e
realização.
Portanto libertem-se das amarras do passado, e deixem para trás as inseguranças. Assuma que
você é uma deusa maravilhosa, e seja corajosa, seja ousada, e a única responsável pela sua
própria história. E só para constar, o prazer é seu direito inalienável, só cabe a você explorá-lo
da maneira que mais lhe convém. Permita-se viver, permita-se sentir, permita-se ser livre.
Com todo meu carinho,
Andreza Justino.