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 Livre arbítrio não é a satisfação do seu ego.

Por Cigana Carmem.

 

Minha querida e amada leitora,

Hoje está um dia chuvoso e nostálgico por aqui. Certamente me inspira a fazer uma matéria linda para você. E embora eu ame o verão, e todos sabem disso, hoje em particular eu senti um entusiasmo de escrever sobre um tema que está martelando há um tempo na minha cabeça. E é claro que a série de matérias sobre a cultura cigana continua. Mas, resolvi fazer uma pequena pausa para abordar esse tema. E porque? Porque infelizmente me atinei de que há ainda muita gente confundindo muita coisa. Ou melhor, confundindo não. Teimando.

Tenho certeza que você já ouviu a expressão: “Quem gostar de mim que goste do jeito que eu sou”. Já escutou né? Pois é. Mas, quem é você? Eu sei que muito diz também: “seja você mesma”. Isso é por certo, o que todos queremos. Sermos nós mesmos. Porém, são também expressões perigosas dependendo do ponto de vista sobre o qual ela é vista. O que pretendo argumentar com isso é que sermos nós mesmos implica uma série de outras questões a serem analisadas. Entre elas, a consciência e a visão que a pessoa tem de si mesma e do quanto ela está disposta se transformar.  Pois “ser a gente mesma” significa necessariamente em um permanente processo de autoconhecimento e auto observação.

Afinal de contas, o que isso quer dizer? Quer dizer que dependendo de como a gente é, não!, ninguém é obrigado a gostar da gente, nem tampouco nos aturar. Minha querida, se a gente adultece insistindo em continuar com determinados tipos de comportamentos e atitudes, estamos usando o nosso livre arbítrio de maneira equivocada, porque terminamos por impor nosso temperamento, muitas vezes egocêntrico, preconceituoso e ignóbil aos outros, com a certeza de que as pessoas precisam compreender que nossa síndrome de Gabriela há que ser entendida e tolerada por todos.  Logo, quando uma pessoa entende que sempre ela tem que ter razão, que somente ela é a certa e que tudo tem que ser do jeito dela, ou, que a forma como os demais vivem não é o certo, minha querida, essa pessoa usa máscaras  e mais máscaras para não olhar para dentro de si, uma vez que se assim procedesse teria que admitir para si mesma todas essas posturas lamentáveis e a dor seria insuportável, portanto, permanecer tomando condutas que a façam distrair-se de si mesma é o melhor que essa pessoa consegue fazer. E também a maneira mais confortável para se valer de determinadas justificativas vitimistas quando for interpelada acerca do seu comportamento.

Então NÃO, nem sempre temos “que gostar dos outros como eles são” quando a pessoa se recusa a mudar sua postura desagradável. Quem passa pelo processo de despertar espiritual aprende que devemos aceitar as pessoas como elas são. Isso quer dizer que não devemos nos vestir da arrogância de tentar fazer a pessoa compreender que as atitudes dela é que trazem as consequências que cercam sua vida e que ninguém possui o encargo de suportá-la. Esse não é papel de ninguém. Quem é espiritualmente desperto tem plena ciência de que aquela pessoa foge de si mesma e a observa apenas. Se afasta e a deixa com seu livre arbítrio de continuar vivendo da maneira que melhor lhe convém. É um direito de uma pessoa optar por permanecer na sua zona conforto interior que impacta na sua realidade material, porém não atribuído a ninguém a obrigação de conviver ou carregar a cruz que resulta do fato de que a pessoa optou por não mudar.

Outorgar ao livre arbítrio a paramenta do ego alegando a premissa “eu sou assim” é  viver na ilusão de uma vida simulada. Acontece que não existe um contrato onde consta que o mundo está imbuído da tarefa de abdicar da sua experiência terrena para satisfazer o ego de alguém. E, me referi a um “contrato”. Existe um contrato espiritual entre pessoas antes de reencarnar. Nesse contrato constam apenas as lições que essas pessoas precisam aprender ao conviverem juntas aqui no plano terreno. Contudo, para a espiritualidade a evolução espiritual é individual. Ou seja, duas pessoas que estavam predestinadas a ter uma experiência terrena juntas, mas uma não quer fazer sua parte no aprimoramento interior e a outra está fazendo, então cada uma terá a sua evolução de acordo com o empenho que cada uma aplicou nessa tarefa. Nesse quesito não há “contrato”. Cada um é responsável por sua própria evolução e o livre arbítrio é respeitado pela espiritualidade.

Nada que reencarnar quantas forem necessárias não resolva, não é mesmo? Existem almas que levam milênios para aceitar, quando estão encarnadas, que enquanto não trabalharem muito internamente para mudar sua realidade irão permanecer no mesmo “buraco”. Entretanto, a espiritualidade respeita a escolha dessa alma. E então essa alma retorna com os mesmos “problemas” vida após vida, até que decida agir em prol de si mesma e avançar.  Destarte, a nenhuma alma encarnada consta a incumbência de estagnar sua jornada terrena por conta das escolhas de outrem. Está me compreendendo minha querida?

Esta matéria está chegando ao fim e eu desejo ardentemente que essa nossa conversa tenha sido para você um novo horizonte para possíveis situações que acontecem na sua vida e você a use como um norte os ensinamentos que eu trouxe para você e quando se encontrar em circunstâncias desafiadoras no seu dia-a-dia, se pergunte se você anda sendo intransigente e teimosa, se recusando a deixar ir o que te limita e te bloqueia.

Conte sempre comigo.

Um afago,

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Cigana Carmem.

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