Por Carol El Agha.
Sabe aquela busca interna por resposta que você não sabe direito de onde vem? É assim que sua essência começa a te dar sinais que você precisa se conectar com você mesma, com sua saúde íntima e voltar para o seu centro, se reencontrar e descobrir o quão sagrada você é!
Passei muito tempo em busca de uma cura para meu interior, foram alguns anos de caminhada, cursos, vivências, pesquisas, livros e percebi que em cada momento obtive respostas para muitas questões que não entendia porque acontecia e decidi dividir com mais mulheres esse conhecimento.
Atualmente cresce o número de mulheres que buscam soluções através da Ginecologia Natural, e quando falamos sobre anticoncepcional é unânime o número de mulheres que querem parar de tomar a pílula mas tem medo do risco de gravidez, e esse medo vem por não ter um relacionamento com seu próprio corpo e ciclicidade.
Eu menstruei com 15 anos, naquela época eu era uma das últimas da turma do colégio a menstruar, todas as minhas amigas já eram “mocinhas” e até namoravam, lembro de ir a uma ginecologista por sentir muita cólica ao menstruar, e ficava 7-10 dias menstruada e a médica me prescreveu meu primeiro anticoncepcional. Na época, Diane 35, uma associação de acetato de ciproterona com etinilestradiol, uma verdadeira bomba para o meu corpo, retornei na médica e após alguns testes com outras marcas me adaptei ao Ciclo 21 (gestodeno + etinilestradiol) onde tomei até próximo aos 30 anos. Eu nem tinha relações sexuais na época, e já me entupia de hormônios. Daí foram anos de ladeira abaixo finalizando com 7 anos de Mirena e mais 1 ano de Diu de cobre.
Minha primeira descoberta e talvez a mais chocante foi saber que toda conexão com nosso feminino e saúde íntima começa pela relação com a menstruação. Eu tomei anticoncepcional durante minha adolescência até a fase adulta, a grande parte desse tempo sem parar para descer o sangue, e mais tarde descobri que esse sangue que vem na pausa do anticoncepcional não é menstruação. CHAMA-SE SANGRAMENTO DE ESCAPE OU DE PRIVAÇÃO. Pois os hormônios sintéticos não deixam o corpo ovular, o que sai é o endométrio que descola das paredes uterinas por baixa hormonal, enfim, a pílula engana o ritmo natural do corpo.
O fato é que nosso sangue menstrual é sagrado é poderoso. Uma bússola da saúde!
Mas não foi assim que nos ensinaram, em milênios de patriarcado fomos criadas como se nosso sangue fosse sujo e esse tabu foi sendo transmitido entre gerações. Durante séculos, o ciclo menstrual tem sido visto com repulsa e desprezo, como sujo, ou um sinal de pecado, e isso reforçou uma posição inferior para a mulher numa sociedade de dominação masculina. A menstruação ainda é vista como desvantagem biológica, que torna as mulheres fracas profissionalmente, emotivas demais e pouco racionais ou confiáveis. Na industrializada cultura ocidental, ainda é raro se falar de modo aberto sobre ciclo menstrual, a não ser em termos médicos. EXISTEM BARREIRAS ENTRE MÃES E FILHAS, ESPOSAS E MARIDOS, IRMÃS E AMIGAS. Muitas mulheres passam a vida odiando a si mesmas e se sentindo culpadas por se sentirem deprimidas, irritadas, inchadas e desajeitadas em certos períodos do mês. Essa é uma misoginia introjetada para aversão a tudo que se refere aos corpos femininos. Trazendo assim cada vez mais desconexão e controle medicamentoso sobre nossos corpos.
Tá Carol mas, o quê fazer para evitar uma gravidez indesejada???
Na Ginecologia Natural temos o Método de Percepção da Fertilidade que nada mais é que métodos que se baseiam no autoconhecimento e na percepção do período fértil (período em que a mulher tem risco de engravidar) identificando sinais que ocorrem com o fim de evitar ou favorecer uma gravidez. Também já foram chamados de métodos de abstinência periódica, métodos comportamentais ou naturais.
Na Ginecologia Natural os Métodos da Percepção da Fertilidade são métodos baseados no calendário que permitem identificar o início e o final do período fértil. Métodos baseados na observação da secreção do colo do útero chamado muco cervical. Métodos baseados no controle da temperatura basal para determinar o dia da ovulação, já que 3 dias depois da ovulação, a mulher está infértil até a próxima menstruação, e para quem não quer mesmo engravidar unimos esses métodos com a famosa camisinha. Esses Métodos ensinam como conhecer seu ciclo menstrual e sinais que seu corpo dá durante todo o mês.
Então, com muita paciência fui aprendendo a observar e me relacionar com meu corpo a partir do Método da Percepção da Fertilidade, e me livrei de vez dos hormônios sintéticos e no primeiro ano fui sentindo meu corpo limpar de todos aqueles anos de anticoncepcional. Vivo feliz, com uma vida sexual ativa e me relacionando com meu sangue menstrual, meu corpo e ciclicidade.
Convido você Mulher Desperta a fazer esse caminho de autoconhecimento ginecologicamente natural!
Carol.