Fora do Eixo: As Cineastas do Mato Grosso e as Sul-Matogrossenses.
Por Vanessa Cançado.
– Vai Som, Vai Câmera. Ação!
Amoras (es), nessa nova edição da série “Fora do Eixo” em que evidencio mulheres do cinema em lugares diversos do nosso país, fora do eixo Rio–São Paulo, trago aqui 8 mulheres e suas trajetórias entre o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
E começo por uma mulher que admiro e conheço desde o teatro: JULIANA CAPILÉ, de Cuiabá para o mundo. Mulher forte, profissional incrível e que vem se destacando no audiovisual. Recentemente teve seu roteiro “Estrela Cadente”, escrito junto com outra mulher maravilhosa a roteirista e atriz Tati Horevicht, premiado com terceiro lugar no concorrido “Festival Cabíria de Roteiro”(SP, 2024).
JULIANA é Diretora, Atriz, Dramaturga, Roteirista e Preparadora de Elenco. Formada em Direção Teatral pela Universidade Federal de Ouro Preto e criadora da Cia Pessoal de Teatro, foi também artista residente do Odin Teatret de Eugênio Barba na Dinamarca. Tem um olhar especial e sensível que reflete em seu trabalho qual seja a área. Na sua trajetória audiovisual destacamos a direção de “O Menino e o Ovo”(2020), premiado no 11º Utopia UK Portuguese Festival como melhor filme; “Cotidiano”(2022) e “Filhote Desse Lugar”(2021), entre outros.
Cinema, Meio Ambiente e Diversidade na filmografia de ÍRIS LACERDA.
A cineasta destaca-se em diversas funções no cinema como Direção de Fotografia, Roteiro, Montagem e Direção. ÍRIS é representante do Coletivo de Mulheres e Pessoas Transgênero do Departamento de Fotografia (DAFB) e seus filmes transitam nos temas LGBTQIAPN+, meio ambiente e regionalismo. Na sua filmografia tem a direção de fotografia no longa “Missivas”(2021) e no documentário “Ana Rubia”(2022) que também assina a montagem. Divide a direção com Diego Baraldi. O documentário foi premiado na 6ª Mostra Lugar de Mulher É No Cinema e no 13º Festival Internacional de Cinema de Fronteira. Ainda destacamos: o premiado filme “Majur”(2018); “As Memórias Que Eu Não Queria Ter”(2021); “Meu Rio Vermelho”(2016); “Caruru e Siriri – Tradição no Coração”(2015).
O Pioneirismo Audiovisual de MARITHÊ AZEVEDO.
Diretora, Roteirista, Pesquisadora e Propositora de poéticas urbanas. Uma mulher de cinema e tanto. Mestre em Cinema pela USP, a multiartista é pioneira e tem importante contribuição para o cinema e a arte como um todo no estado. Especialista em dramaturgia e roteiros cinematográficos pela Escuela de Cine y TV de San Antônio de Los Baños.
Foi diretora e roteirista do filme “Entraves”(2022); diretora e roteirista da série “Mulheres” e de sete episódios da série “Mãe e Cia” para GNT. Também em sua filmografia: “Poética de Agora”; “As Cores Que Habitamos”(2021); “Uteros Mundus”(2021); “Licor de Pequi”(2016); “Religare”; “Bolhas de Sabão Desmancham no Chão”(2012); “Memórias Clandestinas”(2004); “Imagens da Cidade”(1997); “Palácio da Memória”(1994).
As Sul-Matogrossenses na Grande Tela.
Começo falando de duas pioneiras do cinema: MARINETE PINHEIRO que é Cineasta, Escritora e Pesquisadora Cinematográfica. E LU BIGATÃO que é Diretora, Atriz e Produtora.
MARINETE Pinheiro tem em sua filmografia: “Beth e Betinha”(2019); “A Dama do Rasqueado”(2017), longa premiado na Mostra de Cinema do Sesc e no Festival Bonito Cinesur; “Ano que Vem Tem Mais”(2021); “Sala dos Sonhos”(2010). Em Cuba dirigiu os curtas: “Pancho Pistola”(2011); “Interim”(2010); “Yuma Para Amar”(2009); “El Dio Sonante”; “Compasso da Vida”; “Las Vegas”.
LU Bigatão destaca-se na sua filmografia: “Campo Grande das Araras”(2020); “Fujona em Busca da Liberdade”(2019); “Folia dos Malaquias”(2007); “Caá a Força da Erva”(2005).
Mais três cineastas em Destaque.
DANIELI ALCANTARA, pertencente a Aldeia Buriti/MS é Diretora e Roteirista. Em sua filmografia destacamos “Bandeira, A Festa de São Sebastião”(2011), documentário produzido pelo coletivo Terena de Cinema e a produção do documentário “Teko Mbarete Guarani”(2010).
LARISSA ANZOATEGUI, cineasta especialista em terror e fantástico, de Campo Grande para o mundo. Seu primeiro longa “Astaroth”(2017), onde quatro jovens se reúnem para trazer à vida uma entidade demoníaca. O filme ficou em segundo lugar no IV Festival Boca do Inferno de São Paulo, que apoia filmes do gênero Horror, Ficção Científica e Cinema Fantástico. Em sua filmografia tem: “Red Hookers-Prólogo”(2021); “Helldose”(2021); “Domina Nocturna”(2020); “Tales Of Death”(2018); “A Janela da Outra”(2018); “Natal, Vade Retrô”(2014); “Zumbis do Espaço de Lá”(2008).
RENATA MEFFE FRANCO, Documentarista, Jornalista e Fotógrafa tem em sua filmografia o experimental “Nasci Lá na Recordação”(2018) e os documentários “Na Canoa da Bata”(2018), primeiro lugar na 6ª edição da Mostra Audiovisual de Dourados; “Três Gerações”(2017) e “Cortina de Bambu”(2014). Renata é mestre em Estudos da América Latina pela Universidade Autônoma de Madrid.
Espero que possam assistir a essas e outras mulheres de cinema fora do eixo. Conhece alguma dessas ou de outras mulheres desses estados? Conte-me nos comentários, vou adorar saber. Que tal pegar a pipoca e eu pego o refrigerante ou vinho. Um cineminha sempre cai muito bem.
Até a próxima cena!
Abraço afetuoso,
Vanessa
Cine-Recorte: Dica da colunista.
Hoje vou indicar os filmes da Sul-Matogrossense GRACIELA GUARANI que já escrevi sobre em diversos artigos aqui da Coluna:
– “Sekhdese”(2023)
– “Meu Sangue é Vermelho”
– “Kunhangue – Universo de um Novo Mundo”(2021)
– “Horizonte Colorido”(2024)
