Um Elemento Fundamental da Alimentação Saudável.
Por Gabriela Chepluki de Almeida.
Minha querida leitora, que bom te encontrar aqui novamente. Passo a semana, contando os dias, esperando uma nova matéria ser lançada para conversar com você. Andei pensando e, se você vê acompanhando minha coluna, você sabe que No texto “Comer e Afeto”, nós tivemos uma conversa profunda sobre a relação existente entre a comida e os nossos vínculos afetivos, nossas memórias. Vimos como a existência destas associações é necessária para que, ao nos
alimentarmos, possamos nos sentir praticando o autoamor, nos proporcionando prazer, saúde e suprimento, preservando nossa própria vida, todos estes atos impulsionados pela nossa vontade de viver. Tratamos do assunto sem discriminação de alimento “bioquimicamente” adequado ou inadequado, mas falando dele como um elemento de autonomia, de valor emocional, de expressão de amor, tanto para com os próximos como para com nós mesmos.
Vimos a quê a comida pode ser remetida, e que entre todas estas associações anteriormente citadas, a única proibição é a de excluir da sua vivência todo e qualquer alimento que, durante a sua vida inteira, teve apreço e significado especial para você. Conclusivamente, ela foi associada ao prazer, e que este prazer em comer deve existir.
Amiga querida, Entenda que, quando esta sensação não exista no ato de comer, alguma coisa está errada. Dentro de um contexto alimentar saudável e consciente, que acolha integralmente seu contexto vivencial e sua individualidade, um aspecto fundamental nas suas refeições e nos alimentos que você ingere, é que sejam prazerosos para você. E não sou eu que estou dizendo isto! Estou somente repetindo uma informação, presente no próprio Guia Alimentar para a população brasileira. Caso ainda não tenha ouvido falar nele, é com grande prazer que vou apresentá-lo, trazendo a citação de um trecho dele mesmo, que está disponibilizado gratuitamente na própria internet:
“[…] O Guia Alimentar para a População Brasileira se constitui como instrumento para apoiar e incentivar práticas alimentares saudáveis no âmbito individual e coletivo, bem como para subsidiar políticas, programas e ações que visem a incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população.”
Agora, voltando à direção de nossa conversa, vou trazer mais uma citação do guia para comprovar o que eu falei: “A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico […] que deve estar em acordo com os princípios de variedade, equilíbrio, moderação e prazer.”
Está percebendo minha querida? Ainda por cima, recebemos dele a orientação comparativa de que a alimentação deve ser um prazer, e não um fardo. Se ao reparar meu uso da palavra
“prazer” na alimentação, você entende que eu estou induzindo as pessoas ao consumo de guloseimas, você entendeu estupefatamente errado. Não que eu esteja me posicionando sobre a indução ou a devastação das guloseimas, junk-food, fast food e semelhantes. Ainda vou lhe dar a satisfação que deseja sobre este assunto, mas vai ser outra hora.
O que toda esta falácia agrega para você na prática, afinal? O simples fato de você descobrir que tem direito e autonomia de expressar suas necessidades, esclarecendo seus gostos pessoais e impondo seus limites. É óbvio que, se você está iniciando uma jornada com sua/seu nutricionista, é por acreditar na sua sabedoria, e que você não gastaria seu tempo e seu dinheiro com algo de cuja eficiência você duvidaria.
Então, o profissional de nutrição irá observar suas dificuldades, falhas, e vai acolhê-las ao
invés de julgá-las. Alinhado a todo o contexto e fatores presentes no seu momento, vai apresentar intervenções a estas pendências, e estará sempre ao seu lado, te dando apoio, caminho e esclarecimento. Mas sim, contará com você com a parte que compete às suas
próprias respostas e atitudes, de caminhar sozinha em direção às suas próprias decisões e evoluções.
Mas que, ainda assim, o prazer pelo que você vai ser incentivada a comer, será um ponto tão prezado quanto qualquer outro. Afinal, por mais que existam imensos obstáculos na
construção de hábitos alimentares, que promovam nossa saúde física, mental e emocional, nenhum deles será obedecer a uma proposta de intervenção de forma forçosa e silenciada, que
desconsidera os seus gostos, preferências e aversões.
Como já falamos muitas vezes anteriormente, comida é afeto, e é prazer. E a sua própria participação, manifestando suas vontades, é fundamental para que este processo contínuo seja aderente, duradouro e abrangente sobre todos os aspectos do seu ser.
Deusa, leitora leal, espero que este conteúdo te traga um novo olhar sobre a maneira como você vem comendo e tratando seu corpo, suas emoções e perceba o quanto a qualidade do ato de comer impacta diretamente os resultados que você vem buscando em todos os aspectos da sua vida. Mas, vou te deixar refletindo, e na semana que vem, estarei aqui esperando por você.
com amor,
Gabriela.