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Os Vendilhões do templo e o mercado da fé!

             Usurpadores do mundo subjetivo da humanidade.

Por Cigana Carmem.

 

Minha querida leitora,

Segunda feira é um dia que a gente normalmente ainda está cansada né? É irônico porque o fim de semana deveria ser feito para lazer e descanso. Mas, ao que consta a gente arrasta o domingo para segunda a começamos a semana exaustas. E, normalmente a mente também está fatigada. Quem dera fosse de livros. Porém, ao contrário, é de tanto ficar com a cara enfiada no celular e na TV. Lamentável é concluir que nos empapuçamos de conteúdos rasos e degradantes. Mas, o que mais me fere a psique é o fato de que somos estimulados não ter como hábito a leitura. Salvo a leitura das redes sociais, cujo conteúdo é feito, em geral para tornar as pessoas preguiçosas mentais. Tal contexto é extremamente vantajoso para a sociedade religiosa, conservadora e moralista em que nos encontramos.

Quanto menos as pessoas adquirirem o costume de ler, mais manipuladas elas serão. Mais “zumbis” elas se configurarão. Exatamente isso. A vantagem de manter as pessoas na matrix é imensa porque elas acreditam nos maiores absurdos preconizados por aqueles que se intitulam representantes de Deus na terra. E o engodo já começa por aí. Ninguém nesse planeta tem o direito de representar Deus. Tal fato por si só já configura uma heresia. Até porque todos nós sabemos a verdade, porque ela está dentro de nós. E a verdade é Deus. Logo, ELE está dentro de nós. Isso quer dizer que você não precisa que te ditem como você de acreditar em Deus. Cada um tem sua maneira de viver DEUS.

Toda essa especulação nessa matéria, é para te convidar a pensar a respeito do que as igrejas nos empurram como verdade. A verdade delas, mas não a verdade real. Desculpe o meu atrevimento, mas não engulo mentiras e trapaças.

Você se lembra do episódio bíblico onde Jesus expulsa os vendilhões do templo? Essa passagem é bem pouco mencionada.  Para você qual significado tem esse acontecimento? Por favor, para responder essa indagação, esforce-se para se desvincular de qualquer relação com moral religiosa. Você consegue e pode pensar por si mesma a respeito de qualquer coisa. Eu te garanto. Porque eu sugeri para que você desapegue de qualquer conceito religioso e moral? Por um motivo elementar, que talvez, te cause espanto. Porém, não deveria ser motivo para tanto, afinal quem acompanha essa coluna sabe que eu ando na contra mão de moral religiosa, porque para mim todo esse contexto religioso está engendrado para enganar e manipular as pessoas.

E o episódio ao qual me referi no início da matéria é um exemplo disso. Vou te explicar a que exatamente eu me refiro. Quem eram os vendilhões do templo? Eram vendedores que ofereciam seus produtos nas portas das igrejas a preços altíssimos, explorando os pobres. Ou seja, faziam de um local religioso um covil comercial. Até aí nada de novo. O que eu pretendo enfatizar é que a igreja apresenta essa situação de maneira a incentivar as pessoas a acreditarem que dinheiro é ruim e é o que leva as pessoas à perdição. Contudo, justamente as igrejas são as instituições mais ricas do mundo. Estranho não é? Você nunca se questionou a respeito disso? Elas pregam pobreza, mas são milionárias. E pior, usando o nome de Deus para, de maneira sofisticada, também extorquirem dinheiro das pessoas.

A fé se tornou um mercado que gera muito dinheiro. Minha querida, mais uma vez peço desculpas por te tirar a purpurina dos olhos, mas quero te alertar para que fique atenta em relação a determinados tipos de abordagem. Se uma instituição religiosa, utiliza seu poder para fazer com que as pessoas se desfaçam de seus bens materiais afim de “ganhar um lugar no céu”, reforçando voto de pobreza, enquanto elas ficam cada vez mais ricas, há algo muito errado aí. O problema não é relacionar Deus com bens materiais, porque os bens materiais representam a prosperidade vinda do direito divino de ter dinheiro. O que não é, de maneira alguma, aceitável, honesto e ético é associar os bens materiais à “direitos” espirituais. Isso é heresia. É tornar a fé das pessoas um produto empoleirado numa prateleira, ao qual elas são induzidas, de forma rebuscada, a trocar sua fé por dinheiro e bens materiais. Existe uma imensa diferença entre uma coisa e outra. Você percebe?

Isso implica afirmar que as próprias igrejas, cada uma à sua maneira, são sim vendilhões do templo porque exploram a fé das pessoas. Fazem dela uma moeda de troca. O que burla e cega a percepção das pessoas é, como eu já mencionei, a maneira rebuscada de agir. Embora, algumas igrejas, como a evangélica por exemplo, o façam de maneira explícita. A igreja católica já opta por refinar suas estratégias, impondo um falso livre arbítrio ao pedir o dízimo, fazendo de conta que são exemplos de altruísmo e compreensão. Até porque, aparentemente não há razão para desconfianças se são elas próprias que fingem condenar determinadas atitudes, camuflando o fato de que elas mesmas agem da mesma maneira. A sutileza está em detalhes que passam despercebido. E passam despercebido exatamente porque investem de maneira sólida na distração, se valendo de artefatos como o medo e o pecado para desviar o que realmente importa.

Tenho a mais absoluta convicção que se Jesus aqui estivesse ele excomungaria as próprias igrejas pela heresia que cometem todos os dias com seus fiéis. Pela exploração arbitrária e cruel com a fé e com a sua palavra. Pela distorção dos seus ensinamentos que estão sendo usados para satisfazer egos e interesses pessoais há muito tempo, enriquecendo cada vez mais e pregando a pobreza em nome de Deus.

Em síntese minha querida, se sentir vontade de começar a se distanciar e questionar tudo que te ensinaram como verdade, nas entrelinhas, você, aos poucos será capaz de compreender que há inúmeras situações mal explicadas e mal contadas, que ninguém sabe, ou quer explicar. Mas, se mesmo assim você inferir que eu estou equivocada, tudo bem. Respeitarei seu livre arbítrio e seu direito de permanecer na zona de conforto de se satisfazer em acreditar que o você entende como verdade é mesmo verdade, porque é mais fácil do que aceitar o fato de que a humanidade vem sendo ludibriada há séculos e séculos de diversas maneiras.

Os vendilhões do templo são aqueles que te fazem acreditar que você precisa ser pobre para conquistar os reinos dos céus, sendo que Deus é pura abundância e dinheiro é tão somente a abundância divina materializada. São aqueles que te roubam o direito de pensar como quiser, vestir o que quiser, sem culpa ou julgamentos, se valendo do nome de Deus, que nunca segregou ninguém, por conta do que veste, ou deixa de vestir. Vendilhões do templo são aqueles que te instigam a se enquadrar em paradigmas castradores e opressores, mas que vestem uma roupagem de liberdade de pensamento te fazendo crer que você é livre, e você defende com unhas e dentes de forma genuína, seus algozes. Vendilhões do templo são aqueles que te vendem promessas espirituais em troca de bens materiais. Vendilhões do templo não estão só fora das igrejas, mas são as próprias, muitas vezes. Na maioria delas, eu diria. Vendilhões do templo são aqueles que exploram o mundo subjetivo das pessoas. E esse é o verdadeiro real. Só o que há de verdade é o nosso mundo subjetivo. Explorar a subjetividade das pessoas é que tem de mais vil e baixo.

Minha querida, a matéria de hoje está chegando ao fim e eu gostaria de deixar aqui para você uma reflexão de Osho quando perguntado se ele é contra religiões e ele respondeu:

“Osho,

Você é contra todas as religiões? Qual é o principal erro delas?

“Sim, sou contra todas as assim chamadas religiões porque elas não são de maneira nenhuma religiões de fato. Sou pela religião real, pela religiosidade, mas não pelas assim chamadas religiões. A religião verdadeira só pode ser uma, exatamente como a ciência. Você não tem uma física Maometana, uma física Hindu, uma física Cristã; Isso seria bobagem. Mas foi isso que as religiões fizeram – elas transformaram o mundo inteiro em um verdadeiro hospício. Se a ciência é uma só, então porque a ciência do interior não seria uma só também? A ciência explora o mundo objetivo e a religião explora o mundo subjetivo. O trabalho delas é o mesmo, só a direção e a dimensão delas são diferentes. Numa era mais iluminada não haverá tal coisa como essas assim chamadas religiões, haverá somente duas ciências: a ciência objetiva e a ciência subjetiva. Ciência objetiva lida com as coisas, ciência subjetiva lida com o ser. É por isso que digo que sou contra as assim chamadas religiões, mas não contra religião. Contudo, essa religião ainda está pra nascer. Todas as antigas religiões farão tudo ao seu alcance para matá-la, para destruí-la – porque o nascimento de uma ciência da consciência será a morte de todas essas assim chamadas religiões que têm explorado a humanidade por milhares de anos”.

Um afago,

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Cigana Carmem.

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