Por Carol El Agha.
Quando falamos de Ginecologia Natural, muitas mulheres pensam que precisam fazer coisas difíceis para se conectar com seu feminino. Mas como tudo nessa vida tem um começo, hoje vou trazer uma pratica milenar que pode ser seu primeiro passo rumo a consciência ginecológica que é: Plantar a Lua, ou seja plantar seu sangue. Essa prática traz a conexão com sua menstruação, com seu ventre e com a natureza, pois natureza somos e a importância de se reconhecer como pura natureza traz essa consciência.
Nós mulheres temos ciclos assim como a Lua, os hormônios dançam ao longo do mês trazendo mudanças em nosso humor, pensamentos, emoções, corpo. E numa sociedade que exige que estejamos sempre prontas e eficientes somos obrigadas a atropelar tudo isso. Sofremos com as mudanças hormonais sentindo nojo do nosso sangue, porque aprendemos que ele é sujo, sem saber o que está acontecendo, e nos vemos diante de termos pejorativos como: “Ela só pode estar de TPM- tensão pré menstrual”.
A Ginecologia Natural, no entanto, vem trazendo a verdadeira consciência de que a forma como vivemos nossa saúde íntima, não trás nenhum benefício a nossa vida. Muito pelo contrário, se não mudarmos nossa forma de lidar com nosso sangue, com certeza desenvolveremos muitas doenças, começando pelas cólicas menstruais terríveis. É importante reverter essa lógica, procurando adequar a rotina ao nosso ciclo menstrual, usar coletor menstrual, calcinha absorvente, absorventes ecológicos, em vez de absorventes descartáveis e também aderir às práticas ancestrais como Plantar a Lua.
Cientificamente comprovado, o sangue menstrual é um ótimo fertilizante. O nitrogênio, o potássio e o fósforo presentes nele são bons nutrientes para as plantas. Ritualizar a menstruação faz com que a mulher cure sua relação com seu sangue, pois o sangue é intrínseco a mulher e faz parte de sua natureza. E a menstruação é uma purificação do corpo. Dali, imaginem vocês, saem junto as dores, as inseguranças e questões mal resolvidas.
O ritual de plantar a lua é inspirado em uma profecia Lakota — etnia indígena norte-americana — em um tempo em que o sangue era considerado muito sagrado, e não nojento. Segundo as mulheres Lakota, quando todas as mulheres devolverem seu sangue para a terra, não haverá mais tanta morte por derramamento de sangue. Assim entrega-se o que é da terra para a terra, num ciclo natural de vida e morte consciente. Este não é um ritual religioso, mas sim uma forma de respeitar a natureza feminina.
Ao colher nosso sangue, seja com coletor menstrual, calcinha absorvente ou absorvente ecológico, podemos misturar com um tanto de água e escolher amorosamente uma planta para fazer essa entrega. Plantar a Lua reflete um ciclo onde uma mulher que viveu o último ciclo com desafios e transformações morreu, e então, ao entregar para a terra, ela transmuta aquela energia, agradecendo pelo último ciclo e assim renascendo e colocando intenções para o próximo. Ao ritualizarmos nossas vidas, entramos em contato com nossas vozes interiores, nossos instintos e nossa intuição atual e ancestral, pois a sabedoria ginecológica da alma ancestral espera ser despertada.
Com amor,
Carol El Agha.