Preta – Um caso íntimo de amor incondicional por si mesma.
Por Alíne Valencio.
Olá Deusa maravilhosa,
Espero que nessa sexta feira de feriado você esteja bem, se cuidando e olhando para si. Aproveitando para refletir e reavaliar suas escolhas e decisões. E hoje, pensei bastante e resolvi fazer uma pausa na sequência de matérias interessantíssimas que venho fazendo acerca do contexto no qual a sexualidade feminina foi engendrada ao longo da história da humanidade, mais especificamente na época da civilização grega, para falar sobre um assunto que é um tabu para nós, mulheres: o câncer. Sim, é claro que vou falar a respeito da sexualidade feminina, como sempre, afinal é um assunto que eu amo e que é o tema dessa coluna. E vou abordar aqui a vida de uma pessoa pública maravilhosa, uma mulher que está passando por uma fase bastante difícil e que tem enfrentado com uma dignidade tão linda, que só uma mulher com a energia feminina ancorada e equilibrada poderia fazer. Porque é um tabu? Ora minha deusa, fácil responder essa indagação. Paira na sociedade, como eu venho retratando em todas as matérias dessa coluna, um paradigma social arraigado que é praticamente uma cartilha castradora do corpo feminino. Ainda mais quando esse corpo adoece. Parece que uma mulher, além de ter a obrigação de corresponder ao padrão magro e sarado imposto pela sociedade, ainda não pode ficar enferma, principalmente se for de um acometimento tão avassalador como um câncer.
Se isso acontece com uma mulher, é uma sentença de morte não é mesmo? Depende. De que? De como a mulher enxerga a si mesma. Se ela possui uma imagem autodepreciativa de si mesma, aliada à crenças destrutivas a seu respeito, aí sim se torna a mais cruel deliberação. Caso contrário, pode apenas se configurar mais um ciclo na jornada da vida. E digo mais: se essa mulher aprendeu a se amar incondicionalmente, e claro, é dona de uma postura positiva do seu corpo e da sua sexualidade, não é uma doença, ainda que seja tão avassaladora como um câncer, que vai abalar essa mulher. Não é mesmo.
Sendo assim, acredito ser bem pertinente conversar a respeito da inspiradora MUSA Preta Gil e a doença que ela vem confrontando. Mas, o que isso tem a ver com essa coluna e com sexualidade feminina? Tudo minha Deusa. Absolutamente tudo! Você que acompanha minha coluna já sabe que sexualidade não necessariamente está diretamente relacionada à sexo, como lamentavelmente aprendemos na nossa rasa e desletrada sociedade. Sexualidade feminina é algo muito maior, muito mais complexo e amplo do que isso. Destarte, Preta Gil é o exemplo mais forte e primoroso sobre o que verdadeiramente significa sexualidade feminina. Pois, a sexualidade da mulher abrange fundamentalmente como ela se sente, se trata e se dá valor independente da circunstância em que se encontra. O que eu quero enfatizar minha deusa, é que a coragem da Preta Gil é pura e simplesmente um reflexo de uma sexualidade feminina indestrutível. A energia feminina dela está ancorada e nada mais vai desequilibrar o alinhamento energético dela, entre a energia masculina e feminina. Mas, essa conversa fica para uma próxima matéria.
Eu estou comentando a respeito dela aqui, em primeiro lugar porque desejo profundamente dizer que tenho muito orgulho dela, sem nem mesmo conhece-la e se eu pudesse diria a ela que a admiro muito. Inclusive, por mais estranho que possa parecer dizer isso, eu me colocaria à disposição para o que ela precisasse. Mas, vamos continuar. Deusa, sexualidade feminina também tem a ver com a coragem de olhar e aceitar a realidade que está se passando nas nossas vidas. E é exatamente o que torna a Preta Gil mulher de verdade, feminina, corajosa, feliz. Ela mesma disse: “Não tenho motivo para esconder nada, porque essa é a minha realidade”. Você compreende a beleza feminina dessa postura? Nossa atitude, nossa maneira de pensar também abrange nossa sexualidade. Esse comportamento é sagrado. Deus do céu. Isso é puro suco de sexualidade feminina.
Inspiremo-nos nessa mulher incrível que é Preta Gil. Sexualidade feminina compreende ser quem se é em qualquer circunstância da vida, pois independente do que está se passando com a gente, tudo que vivemos está conosco e faz parte de nós, na nossa memória corporal. E toda a nossa jornada de vida nos torna genuinamente quem somos de verdade. Logo, não há porque envergonhar-se de nada. Ao contrário! Está conseguindo ter uma noção do quão complexa é a sexualidade feminina? Amiga leitora, seja qual for a situação que esteja acontecendo conosco, o mesmo corpo com o qual nascemos ainda estará lá, apenas num momento diferente, reagindo ao que lhe acontece, mas ele está lá, ele estará lá até o fim. Será só você e ele, você consegue perceber?
Esse corpo tão íntimo das lembranças é você e sua sexualidade. Essa estreiteza com seu íntimo se reflete no seu corpo físico. Eu sei que todas somos iguais, se pensarmos que todas temos seios e vagina, mas só você é dona do corpo que tem até o fim. E quando digo isso, te peço que deixe de lado as crenças e paradigmas sociais que doutrinam nossos corpos. Eu estou me referindo a outra coisa. Estou relatando acerca do que esse corpo se torna ao longo da sua trajetória de vida. Você já se deu conta disso? Se ainda não, aproveite esse feriado para ponderar a respeito, e se sentir no coração, deixe seu comentário ou me envie um e-mail. Tenha certeza de que vou te acolher de braços abertos.
Ademais, sexualidade feminina está intrinsecamente emaranhada à coragem. E nisso Preta é magnifica. Ela está expondo sua atual realidade, e está bem com isso. Resolvida, firme e empoderada. Com isso, vem sendo admirada por todos, e principalmente por outras mulheres a também aceitarem seus corpos em detrimento do que se passa com ele física ou intimamente. E você pode estar pensando: “Ela não precisa se expor num momento delicado como esse”. Sim, se fosse uma escolha dela, também poderia sim. E todos a respeitaríamos também. Entretanto, ela é tão dona de si e do seu corpo que não há nenhum sentido não abordar ou não falar a respeito do que está se passando na vida dela. Até porque, quem acompanha este mulherão que ela é, sabe que ela nunca se preocupou com a opinião alheia. Sempre estava lá, amando-se do jeito que é. Indo para a praia, usando o que tinha vontade, e que a fazia feliz, alegre, forte. Toda a luz dentro si, era refletida. Agora, o mesmo corpo, que ainda é luz, continua refletindo um novo ciclo. Essa percepção, aceitação, integridade e inteireza que Preta transmite é a plenitude da energia feminina no seu mais alto grau de manifestação. E é o que faz dela um mulherão da porra. É disso que se configura a sexualidade feminina. A sua matéria prima é a essência. O relacionamento amoroso da gente com a gente mesma. E Preta tem um caso de amor consigo, incondicionalmente.
É essa linha tênue da dança do corpo interior com o corpo físico que caracteriza a feminilidade. Um não se separa do outro nunca. Eu me referia a isso quando mencionei que o nosso corpo será o mesmo ao longo da vida. Tudo isso compreende a sexualidade da mulher. Percebe como vai muito além do que tudo que nos enfiaram garganta abaixo a respeito dos nossos corpos e do que nos obrigaram a engolir? E é por isso que é fundamental o autoconhecimento, e a busca pelo aprimoramento interior, uma vez que, quanto mais avançamos no percurso da busca pelo aperfeiçoamento do espírito, mais nossa sexualidade e feminilidade será uma fortaleza, expandida, aflorada e livre. E assim é Preta. Linda! Sexy, feminina e poderosa.
Você já percebeu que o tempo está passando cada vez mais rápido não é? Isso não é por acaso, porque acaso não existe. O fato é que o universo está evoluindo e por consequência nos “obrigando” a evoluir também. Isso implica em dizer minha deusa, que a sexualidade é sim um instrumento divino de evolução espiritual. Reflita por favor. Dessa forma, deixo aqui minha empatia e amor a essa mulher fodona que a Preta é e mesmo que ela nunca leia essa matéria, não importa, porque ela é luz, e luz tem que brilhar em todo lugar. E para finalizar, espero que você tenha atinado para a premissa de que quando expandimos nossa sexualidade estamos nos tornando sagradas.
Com todo amor,
Alíne.
Respostas de 2
Perfeito o texto, Preta é uma potência e inspiração para todas nós.
Obrigada Gal.