De qual falsa verdade você não quer se desapegar?
Por Cigana Carmem.
Minha querida leitora,
Estive confabulando com meus pensamentos a semana inteira a respeito de qual tema eu iria conversar com você hoje. Como sempre. E faço questão de declarar que eu, mesmo sendo uma entidade, possuo o hábito de perceber o meu próprio estado de ser, pelo elementar motivo de que esse comportamento é primordial para a evolução do espírito. Não há como evoluir sem se auto observar e se transformar. E para que o processo de evolução da alma seja profundo e verdadeiro é fundamental se desapegar da necessidade de contar histórias para si mesma. E é claro que não me referindo à histórias em quadrinhos, ou histórias de livros. Se trata daquilo no qual usamos como muletas emocionais para nos mantermos na nossa zona de conforto e não sofrer. Mas, sofremos do mesmo jeito ou até mais, porque é muito pior viver uma vida de estagnação e escassez do que defrontar a si mesma. Ou seja, nos valemos de todo tipo de subterfúgios inconscientes para fugirmos de qualquer coisa que nos leve a ver a verdade sobre nós.
Dessa forma, passamos a contar mentiras para que possamos sobreviver. Acontece que quanto mais vivemos num estado de entorpecimento emocional mais nossa vida fica bloqueada e estagnada. Ainda mais num mundo como esse em que nos encontramos, que não nos estimula a olhar para dentro. E isso tem um motivo claro e óbvio. Quanto mais mergulhamos em nós mesmas, menos manipuladas seremos. Acontece minha querida que a sociedade em que vivemos somente se sustenta da maneira que existe exatamente porque as pessoas são manipuláveis. E porque as pessoas são manipuláveis? Porque são estimuladas e ensinadas a buscar fora de si as respostas para seus supostos problemas. Logo, crescemos aprendendo a contar historinhas para nós mesmas para justificar nossos hipotéticos fracassos. E assim seguirmos a vida justificando as razões pelas quais determinadas situações se repetem em nossas vidas.
Esses processos são inconscientes e se não vierem para o consciente, continuarão comandando nossas vidas e nós seguiremos agindo sem tomarmos as rédeas das nossas vidas e criando crenças equivocadas de que não temos sorte ou não nascemos para ser felizes. Porém, essas crenças são ilusões, uma vez que, como já mencionei em outras matérias, nascemos para a abundância, pois foi assim que Deus nos fez, uma vez que somos sua imagem e semelhança. Dessa forma, a única fantasia que existe é a pobreza.
A pobreza e a escassez é a historinha que contamos para nós mesmas, para nos mantermos no mesmo lugar. E você pode me dizer: “Imagine Carmem, se alguém vai querer ser pobre. Claro que não”. Mas, e se eu te disser que SIM, a pobreza é uma escolha INCOSNCIENTE, o que você me diria?
A pobreza é uma das historinhas que a gente conta para a gente mesma para continuar acreditando que o que aprendemos como verdade é mesmo verdade, para não sofrer a dor de compreender que nada disso é verdade e que passamos a vida vivendo uma grande mentira. Aceitar isso é o primeiro passo para sair da escassez. A aceitação, o perdão e a gratidão são os pilares que nos tiram das historinhas que contamos para nós mesmas e nos levam para a verdade.
Minha querida, quando uma pessoa julga ou critica alguém ela está contando para si mesma uma historinha para não olhar para a dor da própria vida. Quando uma pessoa acredita que outra deve viver da maneira que quem julga quer, ela está contando para si uma historinha para fugir da sua verdade de alma. E pior, está longe de Jesus. Jesus quando esteve na terra nunca tentou convencer ninguém a mudar ou o seguir. Jesus simplesmente curava quem escolhia parar de contar historinhas para si mesma e queria a cura, mas quem não queria também era respeitado ele não tinha a pretensão ou a arrogância de mudar ninguém ou de dizer como ele achava que as pessoas deveriam viver. Até porque Jesus não achava nada porque não cabia a ele achismos sobre a vida humana. E porque os seres humanos se acham tão superiores, agindo de forma arrogante a ponto de se achar no direito de palpitar sobre a vida alheia? São as desculpas de quem não quer olhar para si e sua dor.
Contudo, é importante recordar que a dor faz parte do processo de cura e de libertação dessas historinhas que contamos para nós. A dor é parte intrínseca do processo de aprendizado na terra. E o ser humano, na tentativa de fugir da dor de se curar, cria para si ainda mais dor ao teimar em se manter na tentativa de não sofrer e mudar. Então, eu pergunto à você minha querida, em qual falsa verdade você se mantém acreditando para se manter na sua zona de conforto emocional? Há quanto tempo você vem contando historinhas para si mesma para não olhar para dentro de ti e encarar suas sombras?
Se pergunte em qual falsa verdade você vem acreditando para se manter no insucesso, na escassez e na falta. Mire para dentro de si e avalie em qual falsa ilusão você vem teimando em se manter de forma inconsciente para continuar validando para si mesma as verdades que você acredita como verdade. Tente profundamente se conhecer a ponto de saber o que é uma falsa verdade contada para ti desde sempre e que você acreditou, ou o que realmente é a verdade da sua alma.
Avalie o quanto sua vida tem se mantido na mesma situação, e essa situação vem se repetindo de tempos em tempos e você conseguirá entender o tamanho e dimensão das historinhas que tem contado para si mesma e as consequências práticas que essa ausência de despertar tem gerado na sua vida material. Quando você estiver realmente disposta a deixar para trás as muletas emocionais e mentais que te aprisionam e você será testemunha da própria transformação. Será lindo e libertador.
Um afago,
Cigana Carmem.
