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Quanto maior a intimidade com sua vagina, maior a sua liberdade como mulher.

Homem tem vagina? Não né. Então porque você permite que ele te diga o que fazer da sua vida?

Por Alíne Valencio.

 

                    Fonte: instagram @arte_erotik

 

Deusa Sagrada,

Essa semana deambulando pelo instagram me deparei com um perfil de uma (um) artista erótico (a)  que me deixou encantada e que me inspirou a escrever a matéria de hoje como uma confirmação de que, o que venho escrevendo há muito tempo e meu posicionamento não são equivocados. A imagem escolhida para essa matéria é a desse (a) artista. E ao mesmo tempo, eu intencionava fortemente encontrar uma ligação com o nosso estudo, o do livro que venho abordando nas últimas matérias. Fiquei tentando encontrar conexões em relação à importância de se ter intimidade com nossa vagina, o contexto histórico social colonizador no qual nossos corpos foram engendrados ao longo da história e a sexualidade feminina. Meu Deus. Comecei a acreditar piamente que as analogias que eu faço são, meramente divagações aleatórias. Mas, foi aí que folheando o mesmo livro, veio a frase que conectou todas essas abordagens que citei aí em cima. Ufa! Não sou assim tão “viajona”. Ahahaha.

Minha querida amiga leitora, como vocês devem saber, além de atriz, sou sexóloga e faço atendimentos particulares em sexualidade sagrada. Ora, considerando-se que o sexo, quando praticado de maneira saudável e positiva e quando se tem conhecimento da sua função espiritual,  é um instrumento divino de conexão com Deus e é nesse momento que compreendemos a sacralidade do nosso corpo. Principalmente o feminino. Sendo assim, partindo-se dessa premissa é possível afirmar que as profissionais do sexo tem de uma certa forma uma conexão direta e inata com Deus. E calma lá, não estou me referindo à preconceitos associados ao lado promíscuo das suas atribuições e sim à função que essas profissionais possuem de desmistificar o tabu do sexo. E mais importante é o quanto elas são livres.  Isso é divino. E entenda-se aqui como “livres”, as mulheres que fazem o que bem entendem de suas vidas. É isso que elas representam hoje. Você está me compreendendo querida?  Portanto, o papel social dessas profissionais é fundamental. Até porque, se não fossem elas, o número de estupros seria ainda mais significativo.  Muito mais. Já pensou nisso? Pois é. Te convido então a pensar a respeito.  A intimidade que essas moças tem em relação ao próprio corpo e o conhecimento delas a respeito da sexualidade as torna LIVRES, DONAS DE SI. É isso que elas representam. LIBERDADE.

Você já atinou para o fato de que na verdade, o que incomoda a sociedade não é necessariamente elas transarem com o homem que lhes paga pelo seu serviço, afinal de contas, elas nada mais são do que prestadoras de serviço e paga por esse trabalho quem quer? O que incomoda a sociedade é a liberdade que elas representam para as mulheres. O que apoquenta de verdade o patriarcado é a ideia da real libertação da mulher. Por isso a sexualidade é tão temida e em torno dela se criam tantos paradigmas envoltos por moral e religiosidade. E não há como se tornar uma mulher livre de verdade sem passar pelo autoconhecimento íntimo. Não há como ser livre de verdade, sem antes se familiarizar com a própria vagina. Você já ouviu aquela expressão: “Um homem é seu falo e seu falo é ele”? Pois é. Isso quer dizer muita coisa minha linda. Uma delas é  que aos homens é concedida a liberdade de estabelecer uma relação íntima com seu órgão sexual. E principalmente porque o órgão sexual masculino é externo, logo não há a necessidade de “entrar dentro de si”. Você agora, está atentando para o quão complexa é a relação da mulher com seu corpo e o quanto essa familiaridade impacta toda uma sociedade desde o surgimento da humanidade?

O simples fato  de o órgão sexual feminino ser interno já diz muito sobre ser mulher. Você já reparou nisso? Um homem para diante de um espelho e consegue ver seu pênis de todos os ângulos e de maneira total. E  isso faz com que ele estabeleça uma relação mais imediata com seu intimidade sexual, percebe? Mas e nós mulheres? Tá, tudo bem, você também pode ver sua vagina diante do espelho e eu espero de verdade que você tenha esse hábito essencial na sua vida cotidiana, porém há mais mistérios “lá dentro”. Um homem observa seu falo no espelho e manipula-o rapidamente e em segundos ele atinge o orgasmo. E nós mulheres? Também é possível friccionar o clitóris e ter prazer, contudo, você como mulher sabe que só isso não é satisfatório né? A gente sente. E com o tempo vai surgindo a vontade, a curiosidade de conhecer o que tem do lado de dentro. É fácil inferir dessa maneira que a necessidade de adentrar para dentro de si fisicamente está diretamente ligada à ânsia de investigar dentro de si internamente, concorda? Portanto,  a imagem que escolhi para ilustrar a matéria é exatamente reflexo dessa minha reflexão.

Pare e olhe para moça deitada na cama olhando para a vagina dela diante de um espelho. Essa imagem vai muito além do que se vê num primeiro relance. A mensagem transmitida é a de que a moça procura muito mais do que simplesmente conhecer o próprio corpo ou próprio prazer. Ela está na verdade, procurando a si mesma e a porta de entrada para esse resgate é por meio desse portal que é a nossa vagina. Ou melhor, a intimidade com a sexualidade.  Inclusive já fiz uma matéria  a respeito desse significado da vagina. Por favor, ao mirar essa imagem, distancie-se das premissas rasas do que vê o olho externo e dos dogmas sociais e religiosos. Você pode e é capaz de ver além das aparências. Eu sei que é.  Ao fitar essa imagem dê atenção ao que salta ao olho interno e você vai perceber com profundidade do que estou falando e do quão libertador é essa permissão de intimidade que podemos dar a nós mesmas. É isso que essa ilustração transmite. A permissão que você pode sentenciar a si mesma para adentrar no íntimo da sua alma e a liberdade total com a qual você vai se deparar ao final da sua jornada de autoconhecimento pessoal. E quando você chegar lá sua percepção acerca de quem é você de verdade estará tão expandida que você não dará autorização a nenhum homem para que lhe diga o que fazer e como viver.

Diante desse raciocínio, consigo agora estabelecer conexão entre o conteúdo do livro que estamos trabalhando nessas últimas semanas, a sexualidade feminina e essa imagem. Perante essas colocações o que posso afirmar aqui para você é que ao longo da história  de tanta opressão e crueldade para com os corpos femininos, um axioma é mais que contundente e concreto: o medo de mulheres livres sempre permeou o patriarcado. Perceba que toda a atenção sempre foi voltada para a necessidade de anular definitivamente a possibilidade de intimidade da mulher com a sua verdade. E essa liberdade perpassa necessariamente a sexualidade feminina. Portanto, as profissionais do sexo estampam na cara da sociedade que é  IMPOSSÍVEL separar uma mulher da sua verdadeira natureza: o poder pessoal, que quando descoberto e explorado em prol do seu crescimento pessoal,  desbanca toda e qualquer soberania masculina.  Dito isso minha deusa sagrada, não adianta ouvir seu pastor, seu padre, seu irmão, seu pai, seu amigo, seu tio, seu, seu….seu….Nenhum deles tem uma vagina e jamais saberão o verdadeiro poder de possuir uma, portanto, porque raios você permite que um homem lhe diga o que fazer, como agir e viver?

Já parou para pensar que por mais que desejem nos persuadir a ir pelo caminho contrário ao desejo da nossa alma, nunca tiveram sucesso de verdade? Se o patriarcado tivesse obtido resultados efetivos nas suas tentativas de aniquilar nosso poder pessoal, primeiro que já o teriam conseguido, em segundo,  não haveria razão para continuarem insistindo em artimanhas de todos os tipos para nos podar. Porque até hoje os machões se irritam quando uma mulher diz não para eles e eles as matam? Eles matam porque definitivamente não são competentes o suficiente para lidar com a natureza feminina livre. Eles matam porque não são hábeis em lidar com o fato de que estamos descobrindo esse poder pessoal e eles não são mais o centro das nossas vidas. Que machista consegue lidar com isso minha deusa? E te pergunto: há quantos milênios essas artimanhas masculinas vem sendo jogadas sobre nós exaustivamente mas não nos derrubam?

Há quanto tempo as intenções de desqualificar mulheres usando a figura das profissionais do sexo que “servem de exemplo” negativo para uma mulher que deseja ser livre vem sendo articulado em nossas mentes afim de criarem conceitos equivocados a respeito da nossa autoimagem? Há quantos séculos as investidas na tentativa de criar competição e picuinhas entre nós vem sendo engendradas com o intuito de que não sejamos amigas uma das outras? Há quanto tempo tais estratégias antiquadas vem tendo efeitos positivos ainda hoje, mesmo que seja para levar uma mulher ao fundo do poço? E sabemos que , dependendo da condição mental, emocional e espiritual em que a mulher se encontra, isso acontece facilmente. Reflita minha querida. Há quanto tempo, e por mais quanto tempo iremos autorizar que isso continue acontecendo?

Para finalizar a matéria de hoje, gostaria de reforçar quanto simbolismo relativo ao universo feminino essa imagem contém. É obra atemporal. Se uma mulher greco romana vislumbrasse essa ilustração ela saberia exatamente do que se trata. Nós, mulheres de hoje temos precisa noção da sua relevância e a mulher do futuro também possuirá claro entendimento da mensagem que ela transmite e se identificará instantaneamente. Enfim, ninguém pode com a gente. E isso irrita MUITO! Mal sabem eles que vamos continuar irritando e eles que lutem, se cansem enquanto nós estaremos nas Ilhas Maldivas cuidando da nossa cútis, tomando champagne, comprando Givenchy  e nos amando mais do que nunca, sem nem prestar atenção na estupidez masculina ao nosso redor. Deixe que eles se corroam de raiva por isso. Entenda de uma vez mulher deusa,  A SUA ÚNICA RESPONSABILIDADE É COM A SUA FELICIDADE E MAIS NADA. E essa felicidade passa necessariamente pela intimidade com a sua vagina. Teste isso na prática na sua vida e depois vem aqui me contar os resultados.

Até semana que vem.

Com muito fogo nas entranhas,

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Alíne.

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