Um Chamado à Ação para Mães Corajosas: Como Proteger Nossos Filhos e Lutar por um Mundo Mais Justo.
Por Daniela Jerônimo.
Olá minhas perfumadas, espero que estejam bem. Eu por aqui estou me readaptando as circunstâncias da vida, e quero falar de um assunto muito chato, porque o silêncio precisa ser rompido.
Sabe, quando o racismo e o bullying batem na sua porta, na pessoa que você mais ama, é a vida te chamando para mudar. Você começa a se questionar sobre o tipo de sociedade em que vivemos e como é possível que esses problemas ainda sejam tão presentes. No primeiro momento, o choque é inevitável, e depois começam as indagações:
- O que fazer para ela se sentir melhor?
- Como abordar a escola? Será que devo mesmo falar sobre isso?
- O que fazer para que isso não aconteça mais com minha filha ou com qualquer outra criança?
Se isso não tivesse acontecido com ela, eu sinceramente não sei se teria feito algo, porque vivi 9 anos sofrendo assédio moral no trabalho e nunca tive forças para buscar meus direitos. Mas agora mexeram com a pessoa mais importante e sagrada da minha vida.
Procurando cura e caminhos.
Os bons precisam ir para o psicólogo para se curar de pessoas ruins, que, muitas vezes, também estão passando por suas próprias questões, vítimas de seus próprios abusadores. Mas, na verdade, são essas pessoas que deveriam buscar tratamento. Quando você chega nesse espaço de cura, percebe o quanto muitas pessoas estão procurando apoio psicológico para superar dores semelhantes.
Conversei com várias mães, e quase todas elas já passaram por situações de racismo e bullying com seus filhos. Não podemos nos calar. Existem leis que nos protegem e protegem as crianças que passam por isso, e é nosso dever usá-las.
O que eu fiz.
No meu caso, primeiro tive uma conversa profunda com minha filha, pois somos parceiras, e entendemos juntas que seria melhor procurarmos uma psicóloga. Depois, me reuni com a escola, onde fui muito bem acolhida. Começamos a movimentar mudanças: a escola desenvolveu um lindo projeto contra o racismo e o bullying, mas eu sinto que ainda precisamos fazer mais.
Pedi que entrassem em contato com a mãe da outra criança envolvida, porque ela também precisa de ajuda. Esse é um caminho para conscientizar todos os envolvidos.
Proteja seu filho e busque seus direitos.
Há uma legislação que protege nossas crianças:
- Lei nº 14.811/2024: Em vigor desde 15 de janeiro de 2024, esta lei criminaliza o bullying e o cyberbullying no Brasil, caracterizando-os como intimidação sistemática, física ou psicológica, de forma intencional e repetitiva.
- Lei 13.185/2015: Instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, obrigando escolas, clubes e agremiações a assegurarem medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying, embora sem estabelecer punições específicas.
Se a criança for menor de 12 anos, os pais são responsáveis e podem ser processados.
Converse com seus filhos. Pergunte como eles se sentem. Sei que nossa rotina é corrida, mas precisamos dedicar ao menos 30 minutos por dia para ouvi-los. Se necessário, busque apoio psicológico.
Onde buscar ajuda.
Políticas públicas e recursos gratuitos estão disponíveis para ajudar:
- Centro de Psicologia Aplicada UNIP.
Rua Apeninos, 595 | (11) 2166-1160
Plantão: segundas e terças, das 18h às 21h. - Atendimento Psicológico Mackenzie.
Rua Piauí, 181 – 1º andar | (11) 3256-6827
De segunda a sexta, das 8h às 18h. - Atendimento Psicológico Paróquia São Luís Gonzaga.
Av. Paulista, 2378 | (11) 3231-5954
Quintas, das 10h às 19h.
Esses são apenas alguns lugares que oferecem apoio psicológico, mas existem muitos outros. A psicóloga que nos atendeu achou interessante realizar sessões que incluam toda a família, porque, sim, os pais também ficam abalados.
Não se cale!
Vivemos em uma sociedade que ainda tem muito a melhorar, mas não podemos nos calar. Precisamos criar políticas públicas que conscientizem os jovens sobre racismo e bullying. E nós, enquanto cidadãos, especialmente negros, não podemos mais aceitar essa opressão calados.
Qual tipo de ancestral você deseja ser? Aquele que abaixou a cabeça diante das injustiças ou aquele que se posicionou e lutou por um futuro melhor para seus descendentes?
Eu, como tenho Quiron na casa 7, percebi essa situação como uma forma de me tornar um agente de mudança, uma pequena luz. Basta uma brecha, uma rachadura para que a luz entre e ilumine um quarto escuro. Estou deixando minha voz ecoar e curar. Tomando a força dos meus ancestrais sem a dor.
Queridas mamães, não estamos sozinhas nessa jornada. Nossos filhos merecem crescer em um ambiente de respeito e dignidade, e nós, como pais, somos as suas primeiras linhas de defesa. Que possamos continuar a lutar por um mundo mais justo, onde a cor da pele e as diferenças sejam celebradas e não motivos de dor. Vamos ser a mudança que desejamos ver, com coragem, amor e resiliência.
Com amor,
Dani Jerônimo.