Por Mônica Bonna.
Olá, rainhas! Que bom tê-las mais uma vez na coluna M.Atriz – nossa coluna sobre teatro e universo feminino!
À medida em que vamos nos aproximando do final de 2024, começo a refletir sobre o ano que passou, o que trouxe de bom e de ruim. Pessoas que se foram e outras que chegaram. Quantas peças, bastidores, cenas e falas. Quantas vezes nos vestimos de outros. Quantas pessoas foram transformadas através da nossa arte. É muito bonito pensar nisso. Mesmo com momentos difíceis e desafios que temos que ultrapassar, a arte sempre esteve ali, como um rio, nos acompanhando.
Ah, esse rio que é a arte! Ora brando, ora turbilhão. Esse rio nos conduz por belas paisagens, que é fonte que nos dá de beber. Água que rega nossa terra e que nos banha. O som de suas águas nos nina ao anoitecer. Rio que vira cachoeira ao se deparar com quedas.
Eu amo a arte! Poderia fazer milhares de analogias da arte com todas as coisas mais lindas. Mas pensando nela como um rio esses últimos dias, me inundou! Como ela está impregnada em mim… Minhas margens se misturam com as suas.
Fazer arte é levar esse rio as outras pessoas. É possibilitar mudança, provocar questionamentos, causar transformações!
Todas as pessoas que agem em prol da arte têm a oportunidade de fazer algo muito poderoso: expor uma opinião. Quando seres se unem para fazer arte, esse poder se exponencializa. Uma peça de teatro é como um barco conduzindo pessoas pelo rio da arte. Quando bem executada, é capaz de proporcionar uma experiência transformadora em todos os que embarcam nessa viagem. Alguém que vai assistir uma peça de teatro, se dispõe a sair de casa, sentar por determinado momento e ouvir uma mensagem. Esse ato, por si só, já é uma porta aberta para a comunicação, pois reflete a disposição a escutar. Cabe a nós, artistas, comunicar. Muitas vezes, as pessoas não estão dispostas a conversar umas com as outras para entender outros pontos de vista. Mas fazem isso passivamente ao se deparar com uma cena familiar à sua realidade.
A partir do momento que nos conscientizamos do quão valioso é ganhar um espaço de atenção no real das pessoas, numa era onde estamos cada vez mais conectados ao mundo virtual, cai sobre nós uma responsabilidade de não apenas entreter, mas também gerar questionamentos sobre assuntos sociais, políticos, relacionais, emocionais e etc. O público que sai com questionamentos, possivelmente vai refletir sobre o que assistiu e relacionar com sua própria vida. Essa reflexão de “se colocar no lugar do outro”, imaginar como seria determinada situação se ocorresse de outra forma, é um dos passos para gerar mudanças na sociedade e, por que não dizer, no mundo!
Gostaria de deixar alguns questionamentos que tenho feito a mim mesma e que gostaria que nós, mulheres artistas, refletíssemos sobre nosso poder e nosso direcionamento artístico para 2025 em diante:
- O que eu tenho comunicado com minha arte?
- O que eu gostaria de comunicar às pessoas?
- Qual meu propósito como artista?
- Em 2024, minha arte esteve alinhada ao meu propósito?
- O que me ajudou ou atrapalhou a conseguir alcançar esse objetivo?
- Me conectei a pessoas que têm o mesmo propósito?
- O que posso fazer diferente no ano que vem, para chegar mais próximo do meu propósito?
- Financeiramente, me sinto bem reconhecida pelo meu trabalho?
- Quanto é ser bem reconhecida financeiramente? (essa pergunta é só uma espetadinha, porque amor pela arte não paga contas, e porque já passou da hora de nos questionarmos)
- O que a sociedade hoje precisa ouvir?
Como comunicadoras, precisamos de respostas para nos servirem de bússola nessa jornada pelo rio da arte. Precisamos de um direcionamento para navegar com clareza e precisão.
Quais outras respostas você acha importante serem respondidas? Compartilhe aqui nos comentários abaixo!
Beijinhos e até a próxima!
Mônica Bonna.