Celebrando a menarca e a energia das borboletas: Uma jornada de renascimento.
Por Daniela Jerônimo.
Minhas queridas amigas perfumadas, feliz em estar de volta, como vocês estão?
Hoje, sinto o chamado para falar sobre os ritos de passagem, eu sou uma mulher de ritos, essas preciosas transições que nos guiam em nossa jornada de vida. Não há como negar: vivemos em ciclos. Cada etapa traz uma nova energia, desafios, aprendizados e, acima de tudo, transformações profundas.
Recentemente, estou vivenciando um rito de passagem que me toca profundamente como mulher e mãe. Minha filha, meu casulo mais precioso, está florescendo para a vida, embarcando na sua própria metamorfose. E, como uma monarca, ela está aprendendo a voar.
Quero dedicar este espaço para falar especialmente sobre a menarca, o primeiro ciclo menstrual, esse momento tão simbólico e transformador na vida de uma jovem. A menarca é um portal que conecta nossas meninas à energia do feminino, da criação e da ancestralidade. É um rito de passagem que celebra o poder de gerar vida, mas também a entrada em um universo de autoconhecimento, de escuta do próprio corpo e de conexão com a natureza cíclica da vida.
Na minha jornada, nesta data tão especial, celebrei a menarca da minha filha com um rito que quero compartilhar com vocês. Chamei as mulheres da nossa vida, e nos reunimos. Minha menina, foi colocada ao centro, rodeada de pétalas de rosas. Abrimos a roda chamando a nossa ancestralidade, e eu, com meu tambor, entoei palavras de amor e bem-aventurança. Cada mulher presente teve a oportunidade de se aproximar e, num momento íntimo, esboçar ao ouvido dela palavras de amor, aconchego e sabedoria. Foi um encontro mágico e transformador, repleto de conexão, carinho e força feminina.
As borboletas monarcas sempre me fascinaram. Seus ciclos de vida – ovo, larva, pupa e finalmente borboleta – nos lembram que crescer é natural, mas nem sempre simples. Esse processo requer paciência, coragem e confiança. Durante a fase de pupa, a monarca se dissolve completamente dentro do casulo, uma desconstrução completa para renascer em algo novo e magnífico. Isso não é exatamente o que acontece conosco durante os grandes momentos de transição?
Para mim, as borboletas monarcas são pura Iansã, orixá de minha menina. Tudo se encaixa, se entrelaça, como um balé maravilhoso, criando uma dança de transformação e renascimento. Iansã, com sua energia de mudança e renovação, reflete exatamente o ciclo da borboleta monarca – um ciclo de liberdade, coragem e transformação. A conexão é profunda, como se a própria natureza estivesse dançando conosco, guiando minha filha e a mim através desse rito de passagem.
Ao acompanhar minha filha neste momento único, percebo que os ritos de passagem não são apenas dela, mas também meus. É um convite para me reconectar com minha própria essência, para refletir sobre quem sou enquanto a vejo encontrar o caminho dela. Há um deixar ir, um confiar e um amor profundo nesse processo, que reverbera em todas as dimensões do nosso ser.
Honrar a menarca é uma forma de acolher nossa história, de dizer às nossas meninas que seus corpos são sagrados e que não estão sozinhas nesse percurso. É o momento de plantar sementes de autoestima, respeito e amor-próprio que florescerão ao longo da vida. Que possamos criar ritos para marcar esse momento: com flores, com bênçãos, com histórias das mulheres da família, fortalecendo laços que transcendem o tempo.
Esses momentos de passagem, como a entrada na adolescência, a maternidade, ou mesmo os ciclos da vida adulta, carregam consigo algo sagrado. São oportunidades de honrarem quem fomos, quem somos e quem estamos nos tornando. Ao viver este rito com minha filha, celebro não apenas o voo dela, mas também as asas que estou aprendendo a fortalecer como mulher, guia e aprendiz.
Convido você a refletir: quais ritos de passagem você tem vivido ou testemunhado recentemente? Que aprendizados têm surgido nesses momentos?
Compartilhe comigo aqui nos comentários. Sua história, sua jornada, suas transformações têm um lugar especial neste círculo de acolhimento.
Que possamos honrar cada casulo, cada voo, cada nova etapa com o coração aberto e o perfume das borboletas monarcas, leves e livres.
Com amor e asas abertas,
Dani Jerônimo.