Por Carol El Agha.
O ventre da mulher é o cálice sagrado no qual reside sua força, o poder do ser feminino. Tendo útero físico ou não, o útero energético sempre vai estar ali. Digo que é o segundo coração das mulheres, e tem como uma de suas funções registrar as memórias de nossa ancestralidade, dentro da linhagem feminina. Entendemos que toda vida vem do útero, toda mulher é em si o resultado de muitos partos, dores, alegrias, conhecimentos e energias que vem desde sua primeira ancestral.
Quer saibamos disso ou não, o cálice ou caldeirão sagrado, símbolos do útero, guarda toda a sabedoria e esconde potencialidades soterradas em anos de subjugação, torturas e negação do mágico feminino. O útero é como um centro de poder e está localizado no chacra esplênico ou umbilical, o chacra da sexualidade e das memórias emocionais. Este chacra é regido pelo elemento água, assim como nosso útero. Lembrando que o feto fica por nove meses dentro da barriga de sua mãe protegido por uma bolsa de água, o líquido amniótico, portanto fica fácil entendermos como essas memórias são passadas para o feto, seja ele masculino ou feminino. As partículas de água retém as informações contidas no útero e as transferem para o feto que está sendo gerado dentro dele. Nas meninas, quando o seu útero é formado, com ele já vem todas as memórias ancestrais para que possa dar continuidade a sua linhagem, pois faz parte da constituição energética do útero, guardar essas memórias. Os meninos possuem e guardam em si essas mesmas memórias, mas lidam com elas de uma forma diferente das mulheres. Vendo que os espermatozoides se renovam a cada ejaculação masculina, percebemos que as memórias ancestrais acumulam-se mais nas mulheres do que nos homens, e cabe à elas dar abrigo e condições para que uma nova vida aconteça e traga consigo as sabedorias ancestrais.
Não sabemos quais memórias nosso ventre carrega da ancestralidade e muitas vezes percebemos somente porque nos vemos repetindo padrões de nossos ancestrais, e na maioria das vezes esses padrões não são saudáveis. É bom termos essa percepção e essa consciência, pois somente assim podemos mudar a caminhada. Mas o que trago aqui é a importância de vermos que em nosso útero reside muito poder, que vem de milhares de pessoas fortes, vem dons ensinamentos, sabedorias essas que na Ginecologia Natural estamos resgatando de forma científica e comprovada, e isso é cura. Muitas vezes é focado nos traumas, nas dores e perdas mas chamo atenção para as coisas boas que vem junto nestas memórias que são gravadas em nosso DNA desde lá do ventre. É importante que sejam vistas, reconhecidas e honradas também, e a melhor forma de fazer isso é replicando essas sabedorias através das práticas da Ginecologia Natural. Essa força, essas intuições estão guardadas no fundo de nossa alma e nosso útero e quando nos abrimos para essas intuições e sabedorias antigas, nosso eu se fortalece pois tomamos nosso lugar de direito sendo as escritoras do nosso livro da vida, e aí não temos pendências com o passado nem medo do futuro. Estamos sob a benção das sabedorias ancestrais!
Com amor,
Carol El Agha.
