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        Seu corpo- Uma herança Ancestral.

 Você tem orgulho pelo tipo de corpo que lhe foi transmitido por linhagens de antepassados?

Por Alíne Valencio.

“….Difamar ou julgar o físico herdado de uma mulher é criar gerações e mais gerações de mulheres ansiosas e neuróticas. As críticas destrutivas e desdenhosas a respeito da forma herdada de uma mulher privam-na de diversos tesouros psicológicos e espirituais preciosos e de vital importância. Privam-na do orgulho pelo tipo de corpo que lhe foi transmitido por linhagens de antepassados. Se lhe ensinaram a rejeitar essa herança física, ela será imediatamente desvinculada da sua identidade corporal feminina com o resto da família…”. (Mulheres que correm com os lobos. Clarissa Pinkola Estés, pág 233).

Minha Deusa,

Estou exausta. Passei a semana sentindo muito sono, com vontade de dormir o dia inteiro, “caindo pelos cantos, bocejando o dia todo”. Mas não, não é depressão. Não se preocupe. É um conjunto de circunstâncias que estão causando esse sono. O portal 11/11 é um desses fatores, porque eu já vinha sentindo os efeitos desse portal havia dias, depois uma tensão pré-menstrual e minha energia que está mudando, se elevando frequencialmente. Isso causa muito sono, pois quando a energia muda sentimos os efeitos na matéria, no corpo físico. Agora por exemplo, estou aqui escrevendo para você e meus olhos estão lacrimejando a cada 5 minutos e eu bocejando novamente. Talvez, seja a espiritualidade me pedindo para “largar tudo mesmo e dormir”, afinal, quando dormimos a espiritualidade age nas mudanças energéticas e espirituais pelas quais estamos passando. Logo, é bem provável que amanhã e domingo eu faça isso mesmo. Até porque quanto mais eu resisto ao sono, mais ele aparece. Então, o melhor mesmo é se entregar.

Eu sei que isso não tem nada a ver com o assunto de hoje, mas eu também sei que somos amigas e eu posso conversar com você sobre o que acontece comigo e dividir minha vida pessoal com minha leitora preferida. Então, vamos ao que interessa. Você que acompanha minha coluna sabe que nas últimas semanas eu trouxe aqui diversas matérias sobre Maria Madalena não é mesmo? E vou continuar, afinal, essa revista é dela e do Sagrado Feminino. Mas, resolvi dar uma pausa nesse conteúdo porque senti necessidade de falar a respeito da importância da conexão com nosso corpo. O que, de certa forma, não deixa de fazer referência a ela.

Fonte: @soyexpansion

Musa, é primordial que eu te faça uma pergunta: você gosta do seu corpo? E não, não estou me referindo àquela barriguinha que você tenta esconder murchando a barriga na hora de tirar uma foto para o instagram, ou daquela celulite…porque isso se resolve com um conjunto de práticas estéticas aliadas à exercícios e alimentação, e seu corpo muda. O que não muda é sua estrutura corporal. Ou seja, mesmo que você se predisponha a realizar todas essas tarefas, e você obtenha os resultados desejados, a sua estrutura corporal não mudará. Isso não acontece com ninguém. Porque essa estrutura corporal é uma herança genética ancestral que você herdou de linhagens passadas e que você vai passar para seus filhos. Isso quer dizer que, se você tem estatura física baixa, isso não vai mudar de modo algum. Da mesma forma que se você tem pernas longas, essa condição não vai se trasnformar mesmo que você se esforce usando técnicas e exercícios. E sabe porque tal fato não vai se remodelar por mais que a gente tente e queira? Porque sua forma física é uma herança ancestral. Portanto, se você odeia sua estrutura física, saiba que você está renegando toda uma linhagem de antepassados, e que isso bloqueia a sua vida em praticamente todos os âmbitos.

Se você é aquele tipo de mulher que tem pavor do seu corpo e vive insatisfeita com ele, isso é um sinal claro de que você precisa de ajuda, uma vez que essa não aceitação configura desconexão crônica de si mesma, porque todas as mulheres de sua geração passada tem a mesma estrutura corporal que a sua, começando pela sua mãe. Então, o que você precisa compreender essencialmente é que a ligação com sua linhagem anterior ou posterior é essa e nada que você faça vai mudar essa condição. Desta feita, não resta outra alternativa a não ser aceitar e honrar toda a sua herança genética. A não ser que você opte por continuar com sua vida patinando no mesmo lugar, sem ver resultados expressivos na sua realidade material.

E eu te adianto que enquanto você se negar a aceitar isso, pode fazer o que quiser, e nada vai prosperar efetivamente na sua vida, porque, dessa forma você nega a si mesma e quando faz isso, se menosprezando, como pode querer que seus sonhos se realizem? Ora, eles são parte de você. Sendo assim, você os censura também. Se você aprendeu a rejeitar essa herança física, é hora de olhar para essa situação já que tal conjuntura te desvincula da sua identidade corporal feminina com o resto da família. E por mais que isso pareça algo positivo, não é.

Esses dias, conversando com uma amiga a esse respeito, ela comentou comigo que detesta a mãe dela, e investigando a história pessoal de vida da minha amiga, ficou fácil compreender a razão desse sentimento. A mãe passou a vida criticando o corpo dela, e ela pegou ranço da mãe. Veja bem minha deusa, o que acontece nesse caso, é que a mãe dela, na verdade não criticava o corpo da filha, minha amiga, e sim o dela própria. Quer dizer, a filha refletia na mãe o ódio que ela tinha de si mesma. Logo, isso não tinha nada a ver com minha amiga, e sim com o fato de que a mãe não conseguia lidar com o próprio corpo porque não o aceitava. E quando olhava para filha via a si mesma. Dessa forma, como poderia amar o corpo da filha se não amava nem o seu? Provavelmente essa mãe achava-se culpada por conta dessa inabilidade.  Portanto, a raiva da mãe advinha do fato de que ter que lidar com isso lhe causava dores insuportáveis, e ela não sabia como encarar sua dor e era mais fácil culpar a filha por isso, ainda que inconscientemente.

Mas, o mais importante é salientar que a mãe da minha amiga estava repetindo um padrão familiar de lealdade invisível, porque é bem possível que a mãe dela também a odiasse pelas mesmas alegações. Isso significa dizer que esse ódio a um corpo feminino vem se repetido na família da minha amiga há muito tempo pelas mulheres da família. Porém, é algo inconsciente, você percebe? E se consideramos ainda a conjuntura social violenta em que vivemos no que se refere ao corpo feminino tudo se complica ainda mais. Veja um trecho interessantíssimo do livro “Mulheres que correm com os lobos” ( pág. 233).

“Se lhe ensinaram a detestar o próprio corpo, como poderá ela amar o corpo da mãe, que tem   a     mesma estrutura que o seu? – ou o corpo da avó, ou das suas filhas também? Como poderá ela amar os corpos de outras mulheres ( e homens) da família próximos a ela e que tiverem herdado o corpo dos mesmo antepassados? Semelhante agressão a uma mulher destrói seu legítimo orgulho de parentesco com sua própria gente e lhe rouba a alegria natural que sinta por seu corpo, não importa qual seja a sua altura, tamanho e forma. No fundo, a agressão ao corpo da mulher é uma agressão de longo alcance que atinge tanto os que vieram antes dela quanto os que chegarão depois”.

Em suma minha deusa, é primordial honrar a nossa ancestralidade, não somente porque com isso adquirimos a certeza de pertencimento, como também a força necessária para a reconexão mais importante de todas: a conexão com a gente mesma. E é isso que nossas ancestrais esperam de nós. Nenhuma delas anseia que a gente repita seus comportamentos. Ao contrário! Esse contato com elas vai nos trazer o suporte emocional e espiritual necessário para, ao mesmo tempo que as honremos e compreendamos suas escolhas, nos concedamos o direito de fazer diferente delas e nossa vida prospere. Até porque, quando assim procedemos nós libertamos toda uma geração de mulheres e toda a nossa linhagem que virá depois de nós. Isso quer dizer que nossos filhos não estarão condenados a viver as mesmas situações negativas, porque rompemos os grilhões do cárcere mental no qual nossa ancestralidade viveu.

Então minha deusa, termino essa matéria te convidando a refletir se em sua vida algumas situações vem se repetindo diversas vezes. Se isso tem acontecido com você, isso é um alerta de que você vem carregando crenças e comportamentos herdados, inclusive o ódio ao corpo, ou o ódio por ser mulher, ou por ser feminina, o que dá tudo na mesma e gera os mesmos impactos e resultados negativos que paira há séculos no seu sistema familiar. Quando você compreender e aceitar isso, sua libertação começou. Então, busque força nas suas ancestrais mas não repita os mesmos equívocos que elas cometeram, e compreenda que isso não faz de você a “vilã” da família, por mais que essa sensação se manifeste em seus pensamentos. Como eu falei em algum lugar nessa matéria, isso se chama “lealdade familiar invisível”, que é um processo inconsciente que não nos permite evoluir e fazer diferente dos nossos ancestrais porque eles não conseguiram ou não quiseram romper ciclos repetitivos, e nós não nos achamos no direito de conseguir e essa programação mental familiar te impede de avançar e viver a vida extraordinária que você veio viver aqui. Se você se encontra numa condição semelhante saiba que isso não é uma condenação e é possível fazer diferente. É sua vida que está nas suas mãos, e você escolhe o que está disposta a fazer para viver a vida que você sempre sonhou.

Conte comigo se quiser iniciar esse processo de cura. Você pode me procurar no particular e iniciar comigo o programa de cura feminina chamado “Sexualidade Sagrada Feminina”, que eu criei, onde eu faço atendimentos particulares individuais e trabalho com a quebra de paradigmas relacionados à sexualidade feminina. E um dos pilares do meu programa é justamente a reconexão com a ancestralidade.

Te espero na semana que vem.

Com amor,

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Alíne.

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