Será que hoje ainda existem tabus?
Por Andreza Justino.
Olá Deusas Maravilhosas,
Vivemos em uma era onde a informação está na ponta dos dedos. Com um simples clique, temos acesso a um mundo de conhecimentos que nossas avós nunca poderiam imaginar. No entanto, quando se trata de sexo e intimidade, ainda enfrentamos sombras do passado. Minha pergunta é: Será que hoje ainda existem tabus quando o assunto é sexo?
Relembrando os aprendizados sobre sexo na nossa juventude, podemos ver o quanto a educação sexual, ou a falta dela, impactou nossa vida íntima. Crescemos em um ambiente onde o sexo era um assunto sussurrado, cercado de mistérios e proibições. Nossas mães e avós falavam pouco ou quase nada sobre prazer, desejo ou consentimento. O objetivo era apenas procriação e manter o casamento. Qualquer coisa além disso era considerado indecente.
No entanto, será que podemos dizer que não existem mais esses tabus? Apesar dos avanços, muitos dos bloqueios que enfrentamos na exploração de nossa intimidade ainda são frutos dessa educação sexual restritiva. O medo do julgamento, a vergonha do próprio corpo e a falta de comunicação com o parceiro são legados de um passado que ainda nos assombra.
Hoje, a realidade é outra. As crianças e adolescentes têm acesso a uma quantidade inimaginável de informações através da internet. E isso nos coloca diante de um novo desafio: o que estamos fazendo para garantir que eles recebam as informações que realmente precisam nessa fase? Como podemos guiá-los para que entendam seus corpos, desejos e limites sem repetir a mesma “orientação” que tivemos?
É um assunto ainda polêmico. Queremos que nossos filhos lidem melhor com a sexualidade do que nós, mas muitas vezes não estamos colocando isso em prática. Muitas de nós ainda evitam conversas francas sobre sexo e intimidade, temendo expor demais ou incentivar comportamentos que consideramos inadequados. No entanto, o silêncio pode ser mais prejudicial do que a franqueza.
A importância de fazer nossos filhos entenderem seus próprios corpos e mergulharem em sua intimidade desde cedo é inegável. Precisamos criar um ambiente onde eles possam fazer perguntas e obter respostas honestas e informadas. Isso não significa encorajar a promiscuidade, mas sim evitar que criem feridas emocionais que um dia impactarão suas vidas sexuais.
Tabus antigos ainda presentes são muitos. Porém eles podem ter apenas mudado de ângulo. Lembramos dos tempos em que a masturbação era vista como algo vergonhoso e pecaminoso, e hoje pode não ser visto como algo proibido principalmente para as mulheres, mas a questão é que não estamos trazendo esse assunto em pauta para nossos filhos e isso é apenas uma entre tantas questões que refletiram na nossa vida sexual.
Para mudar essa realidade, precisamos ser corajosas e abrir o diálogo. Reconhecer que a educação sexual não é apenas sobre prevenção de doenças ou gravidez, mas sobre conhecer e respeitar o próprio corpo e o corpo do outro. É sobre aprender a dizer “não” e a ouvir um “não” com respeito. É sobre construir uma relação saudável e positiva com a própria sexualidade.
Deusas Maravilhosas, é nossa responsabilidade como sociedade quebrar os tabus que ainda nos cercam e criar um futuro onde nossos filhos possam crescer com uma visão saudável e equilibrada da sexualidade. Precisamos ser os exemplos que desejamos ver, abordar o assunto com naturalidade e proporcionar o espaço necessário para que eles se sintam seguros e informados.
Vamos juntas, abrir caminho para uma nova era, onde a intimidade é celebrada e o conhecimento é a chave para a liberdade. Afinal, ser feminina nunca foi sobre fraqueza, mas sim sobre reconhecer e utilizar a potência que você tem aí dentro para mudar o mundo ao seu redor.
Com carinho,
Andreza Justino.