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Teatro – Arte do coletivo.

Teatro - ar arte do coletivo

Por Mônica Bonna.

Olá, rainhas do meu coração! Espero que estejam bem e em paz nesse dia tão especial, dia 31 de dezembro de 2024. Chegamos ao último dia do ano e me sinto muito grata por estar aqui compartilhando com vocês mais chuva de arte.

Esse ano foi um ano turbulento na minha vida. Muitas mudanças. Pessoas que se foram e outras que chegaram. Novidades surpreendentes como: ter uma coluna sobre teatro, numa revista para mulheres! Um sonho que nem sabia que eu tinha e que se concretizou esse ano! Muitas reviravoltas, mas apesar dos pesares, grata por estar viva, forte, renovada e acima de tudo, artista!

No último artigo que escrevi, estava falando sobre como a arte é como um rio e o como podemos nos beneficiar de seu fluxo para levar mensagens de questionamento e transformação. No artigo de hoje, como é o último dia do ano, preciso falar de algo sagrado que o teatro envolve: o coletivo. No paralelo do rio, nossos parceiros de cena são a tripulação, junto conosco – atores. Temos tantas pessoas que no dia-a-dia se juntam a nós, para dar vida e voz à arte.

A atuação, em sua essência, pode ser feita de forma solitária – posso estar em minha casa sozinha, e fazer um monólogo. Já o teatro, mesmo quando apresentado em forma de monólogo, envolve outras pessoas: público, diretores, produtores, técnicos de luz e som, camareiros, peruqueiros, equipe que administra e cuida de manutenção e limpeza do teatro, entre vários outros que ajudam direta e indiretamente.

Mesmo quando a peça não acontece dentro de um teatro, toda essa estrutura que envolve o “fazer teatro”, acontece graças à pessoas. Muitas vezes, essa engrenagem funciona de forma tão orgânica, que não nos damos conta. (Ou será que apenas nos damos conta quando ela falha em alguma parte do processo?)

Lidar com pessoas é desafiador, independente da profissão. Quando tratamos com artistas, lidamos diretamente com exposição, emoções intensas, ego, diferentes métodos, muitas horas de trabalho, dias bons e ruins. No dia-a-dia, nos deparamos com pedras no caminho que podem parecer barrar o fluxo desse rio. 

O que podemos fazer para abrir espaço para que as águas fluam livremente? Primeiramente, acredito que precisamos nos lembrar que a arte é o rio, não nós mesmas. Somos facilitadoras. 

Quando nos lembramos do objetivo principal, começamos a entrar numa mesma sintonia de cooperação para que o trabalho se desenvolva.

Quando estamos realizando um trabalho, é importante enxergar e celebrar as coisas que dão certo. Conseguimos encontrar motivação em coisas rotineiras, ao invés de percebermos tais coisas só quando elas falham.

Dentro de uma trupe, uma turnê, uma temporada, convivemos muito com as mesmas pessoas. Isso significa que lidaremos com dias bons e ruins de cada um. Manter o respeito e os limites pessoais que os outros estabelecem é preservar a mata ciliar do rio – aquela vegetação que cresce às margens do rio e preserva contra erosão.

Hoje sendo o último dia do ano, quero finalizar agradecendo a tantas pessoas que fizeram possível que eu viva mais um ano da arte: 

  • Meus amigos e colegas de cena: Obrigada pela troca artística <3  Obrigada por deixarem o trânsito de São Paulo menos chato, com nossas risadas, conversas e conselhos durante os trajetos. Obrigada por me ensinarem tanto, muitas vezes sem nem perceber. Conviver com vocês me faz uma pessoa melhor.
  • Diretores, produtores, parceiros de trabalho, patrocinadores e contratantes: Obrigada por confiarem em meu trabalho e por me permitirem viver do que eu amo, mais um ano! Que nunca percamos de vista o que realmente importa: levar amor e arte adiante, de forma justa e respeitosa, elevando sempre a qualidade de vida das pessoas envolvidas.
  • Público: Obrigada por incentivarem e consumirem arte! Vocês são o real objetivo de todo nosso esforço, estudo e dedicação.
  • Família e amigos: Vocês são minha base, minha estrutura. Obrigada pelo apoio e por navegarem comigo.

Desejo para o próximo ano, que possamos levar arte e cultura de qualidade para o povo brasileiro! Que tenhamos recursos de sobra pra investir na educação de arte em escolas, para realizar projetos que mostrem um caminho para pessoas que não encontram solução. Que possamos manter nossos corações firmes e unidos no propósito de elevar a qualidade de vida dos artistas e valorização da arte no Brasil.
Que possamos identificar os obstáculos que barram as águas e tirá-los de vista ou contorná-los.

“(…) Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
pois metade de mim é platéia
a outra metade é canção.

Que a minha loucura seja perdoada
pois metade de mim é amor
e a outra metade também”

(Oswaldo Montenegro – Metade – 1997)

Obrigada a todas pela parceria! Desejo uma passagem de ano com muita paz e alegria! Que 2025 seja um ano de amor, prosperidade, saúde e arte para nós.

Com amor,

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Mônica.

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